Mãe segura o filho em frente a uma igreja destruída por terremoto nas Filipinas: dos 99 mortos, 89 são da Ilha de Bohol, onde foi localizado o epicentro do tremor (REUTERS/Erik De Castro)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2013 às 07h37.
Manila - O Conselho Nacional de Gestão e Redução de Desastres das Filipinas elevou nesta quarta-feira para 99 o número de mortos no terremoto de 7,2 graus de magnitude que atingiu ontem a região de Visayas, no centro do país.
Além disso, pelo menos 276 pessoas ficaram feridas, enquanto mais de 2,8 milhões de pessoas de três províncias foram afetadas pelo terremoto, o mais intenso nas Filipinas nos últimos 20 anos.
Dos 99 mortos, 89 são da Ilha de Bohol, onde foi localizado o epicentro do tremor, nove são da cidade de Cebu, e um da Ilha de Siquijor.
No último boletim divulgado, o Conselho também informou que depois do terremoto, que aconteceu na manhã de ontem às 8h12 locais (21h12 de Brasília da segunda-feira), ocorreram 725 réplicas.
O presidente das Filipinas, Beningno Aquino, visitará hoje tanto a ilha de Bohol como a cidade de Cebu para analisar pessoalmente a situação das áreas afetadas pelo terremoto, onde foi declarado estado de calamidade pública.
Em Bohol, o local com maior número de vítimas e onde houve os maiores danos, apenas 12,5 mil pessoas puderam ser atendidas nos 13 centros de apoio instalados na ilha.
Vários lugares permanecem sem energia elétrica, inclusive Bohol e a cidade de Iloilo, a 150 quilômetros do epicentro. Os aeroportos da região foram fechados, mas voltaram a funcionar 24 horas depois do forte terremoto.
O tremor causou enormes danos na infraestrutura da região, tanto em hospitais, como em estradas, pontes e edifícios oficiais, além de vários monumentos.
Além disso, dez igrejas históricas foram atingidas pelo tremor, entre elas a Basílica Menor do Santo Menino, em Cebu, considerada como o monumento mais antigo da Igreja Católica do país, datado do século XVI.
Para tentar minimizar o sofrimento dos cidadãos afetados pelo terremoto, a ministra do Bem-estar Social e Desenvolvimento das Filipinas, Dinky Soliman, anunciou um fundo de 90 milhões de pesos (mais de 1,5 milhões de euros), enquanto as equipes de resgate e especialistas já foram enviados à região.
O diretor do Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas (Phivolcs), Renato Solidum, disse ontem à imprensa que a energia liberada pelo terremoto foi similar à explosão de '32 bombas atômicas de Hiroshima'.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos, que registra a atividade sísmica no mundo todo, localizou o epicentro a 56 quilômetros de profundidade na cidade de Carmen, a 629 quilômetros ao sudeste de Manila.
O Phivolcs detectou a mesma intensidade, mas localizou o epicentro a 33 quilômetros de profundidade e alertou que o tremor provavelmente causou danos.
As Filipinas estão localizadas sobre o chamado 'Círculo de Fogo do Pacífico', uma área de grande atividade sísmica e vulcânica em que ocorrem cerca de 7 mil terremotos por ano, a maioria moderados.
Terremotos de magnitude superior a 5 graus ocorrem de maneira esporádica no sul de Mindanao, Batanes e na região oriental de Bicol.