Filipinas: Entre 100 mil e 150 mil pessoas morreram em quatro décadas de conflito separatista islâmico no sul das Filipinas (REUTERS/Romeo Ranoco)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 08h27.
Bangcoc - As autoridades aumentaram para 16 o número de mortos no ataque realizado na noite do dia 24 de dezembro e no dia de Natal por um grupo rebelde muçulmano no sul das Filipinas, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
Joan Petinglay, porta-voz da 6ª Divisão de Infantaria do Exército, afirmou que participaram do ataque cerca de 200 militantes da organização Lutadores pela Liberdade Islâmica do Bangsamoro (BIFF, em inglês) na ilha de Mindanao.
Segundo Petinglay, os rebeldes provocaram a saída de cerca de 6.000 camponeses e executaram 11 pessoas, enquanto os soldados mataram cinco membros do BIFF nas províncias de Maguindanao, Sultan Kudarat e Cotabato Norte.
Os ataques da organização, que expressou sua admiração pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), incluíram o ataque a um quartel militar, execuções de camponeses e o lançamento de uma granada contra uma igreja que matou duas pessoas.
Abu Misry Mama, porta-voz do BIFF, disse em entrevista na rádio que o grupo continuará atacando as forças do governo.
"Os soldados deveriam estar preparados todo o tempo porque vamos atacar em qualquer momento. Não os queremos em nossa terra", afirmou Mama.
O rebelde filipino Ameril Umbra Kato criou o BIFF em 2010 após romper definitivamente com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI), a principal organização muçulmana em armas das Filipinas.
Acredita-se que Ismael Abubakar comanda o grupo formado por centenas de combatentes desde a morte de Kato no mês passado de abril.
O governo das Filipinas assinou em março de 2014 um acordo de paz com o FMLI que prevê a criação no sul do país de uma região autônoma chamada Bangsamoro em 2016.
Entre 100 mil e 150 mil pessoas, pelo menos 20% delas civis, morreram em quatro décadas de conflito separatista islâmico no sul das Filipinas, que, além disso, paralisou o desenvolvimento de um território rico em recursos naturais e empobreceu a população.