Kiev - A Ucrânia dará os primeiros passos nesta semana para formar um novo governo, disse o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, nesta segunda-feira, buscando apaziguar os temores de seus aliados ocidentais de que a demora esteja atrasando reformas e pondo em risco a assistência do Ocidente.
Os Estados Unidos e outros governos ocidentais estão criticando a lentidão de Kiev para criar um novo gabinete desde as eleições de outubro – e existem suspeitas de que a demora se deve a diferenças entre Poroshenko e o primeiro-ministro, Arseny Yatseniuk, a respeito do controle de ministérios importantes.
“Esperamos que o processo (de formação de um governo) comece nesta semana”, afirmou Poroshenko em uma coletiva de imprensa com a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, que visita a Ucrânia, aparentemente se referindo à primeira sessão do novo Parlamento, na terça-feira.
Separadamente, Poroshenko também anunciou que a Lituânia irá fornecer alguma ajuda militar à Ucrânia para ajudar Kiev em sua luta contra os separatistas pró-Rússia no leste do país.
“Concordamos com o suprimento de elementos concretos de armamentos para as Forças Armadas ucranianas. Isso é ajuda de verdade”, afirmou Poroshenko, ao lado de Grybauskaite.
Mas não ficou claro se a Lituânia está seguindo o exemplo dos EUA, que também faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e está provendo equipamento militar não letal, ou se irá oferecer armamentos – algo que os países da Otan até agora relutaram em fazer por receio de que armar um não membro da aliança leve a um conflito com a Rússia.
A Ucrânia tem pressionado os membros da Otan a fornecer armas para ajudá-la a se defender dos ataques dos rebeldes, bem armados e apoiados por Moscou e que, antes da entrada em vigor de um cessar-fogo, infligiram baixas pesadas às forças do governo na tentativa de se apoderar de partes do leste ucraniano.
Apesar da trégua, mais três soldados ucranianos foram mortos de domingo para segunda-feira, declararam os militares de Kiev.
A capital afirma que mais de 150 soldados do governo morreram desde que o cessar-fogo teve início, em 5 de setembro. A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que mais de 4.300 pessoas já foram mortas no conflito.
Indagado se a Ucrânia irá buscar se juntar à Otan, Poroshenko acenou com a perspectiva de um referendo daqui a vários anos, mas afirmou que as tentativas de fazê-lo agora causariam “mais mal do que bem”.
Eleito em maio, Poroshenko não ofereceu nenhuma explicação para o atraso na formação do gabinete, que pode vir à tona no início da semana que vem.
Mas analistas afirmam que o presidente quer seu candidato no posto crucial de ministério do Interior – embora caiba ao premiê nomeá-lo.
Com o país em guerra, isso daria a Poroshenko, e não a Yatseniuk, o controle sobre um cargo que comanda a Guarda Nacional e os batalhões de voluntários que lutam ao lado das forças governamentais contra os separatistas.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)