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Sob efeito das tarifas de Trump, Sánchez vai a China em busca de ampliar relações comerciais com Xi

Chefe do governo espanhol recebeu críticas da direita e da imprensa conservadora de seu país pelo tour na Ásia

O presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez chegam para reunião bilateral na Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim ( Andres MARTINEZ CASARES / POOL / AFP)

O presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez chegam para reunião bilateral na Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim ( Andres MARTINEZ CASARES / POOL / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de abril de 2025 às 07h42.

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O presidente da China, Xi Jinping, recebeu nesta sexta-feira, 11, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, informou a agência estatal de notícias Xinhua.

Esta é a terceira viagem de Sánchez à China em pouco mais de dois anos e coincide com o momento em que a União Europeia está repensando sua política comercial global, diante da ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Fontes do governo espanhol explicaram que o objetivo deste tour asiático — que teve uma parada prévia no Vietnã — é ampliar as relações comerciais e atrair investimentos desses países com os quais a Espanha apresenta um déficit comercial.

A China é o quarto maior parceiro comercial da Espanha, que importa produtos chineses no valor de 45 bilhões de euros (US$ 49,1 bilhões). Em contrapartida, as exportações espanholas para a segunda maior economia do mundo somam apenas 7,4 bilhões de euros por ano.

O presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez chegam para reunião bilateral na Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim

Local da reunião bilateral foi a Casa de Hóspedes Diaoyutai, em Pequim (ANDRES MARTINEZ CASARES / POOL/ AFP)

Na última visita a Pequim, em setembro de 2024, Sánchez se distanciou da União Europeia e pediu que o bloco reconsiderasse o plano de impor tarifas elevadas sobre os carros elétricos chineses. Bruxelas defendia que essas tarifas eram necessárias para proteger os fabricantes europeus da "concorrência desleal" de empresas chinesas apoiadas pelo Estado.

Pequim respondeu à medida com uma investigação sobre as importações de carne suína da UE — um tema sensível para a Espanha, que é o maior exportador europeu de produtos suínos para a China. Na contramão de todo esse imbróglio, hoje China e União Europeia começam a discutir uma colaboração justamente sobre carros elétricos.

Esta nova viagem gerou críticas da direita espanhola e da imprensa conservadora, que desconfiam de uma aproximação com a China no contexto atual e criticam Sánchez por, supostamente, agir por conta própria, sem alinhar com Bruxelas.

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