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Snowden revela que espionava em todos os níveis

Ele negou a versão de que era um mero prestador de serviços para a NSA


	Snowden fala por videoconferência com um Comitê do Europarlamento
 (Frederick Florin/AFP)

Snowden fala por videoconferência com um Comitê do Europarlamento (Frederick Florin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 07h23.

Washington - O ex-consultor americano de Inteligência Edward Snowden revelou que era "um espião treinado" e trabalhou "como agente infiltrado no exterior" para o governo dos Estados Unidos, segundo estratos de uma entrevista divulgados nesta terça-feira pela rede NBC.

Em seu primeiro encontro com a mídia americana, Snowden negou a versão de que era um mero prestador de serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA), e afirmou que trabalhava em "todos os níveis" da Inteligência.

Snowden, acusado por Washington de vazar informações secretas, obteve asilo na Rússia em agosto de 2013, após abalar o sistema de Inteligência americano com a revelação de que os Estados Unidos utilizam espionagem eletrônica contra todos, incluindo seus aliados ocidentais, através da NSA.

Na entrevista, gravada na semana passada e que será divulgada nesta quarta-feira, Snowden afirma que foi "treinado como espião no sentido tradicional da palavra". "Vivi e trabalhei como infiltrado no exterior, sob a fachada de um trabalho que na verdade não realizava. Inclusive utilizei um nome que não era o meu".

Snowden revela que além da NSA, trabalhou como "especialista técnico" para a CIA e como "assessor" da agência de Inteligência da secretaria de Defesa.

"Não trabalhei com pessoas, não recrutei agentes, mas coloquei em funcionamento sistemas que trabalham para os Estados Unidos, e fiz isto em todos os níveis, do mais baixos aos mais altos", afirmou.

As revelações sobre o programa global de vigilância da NSA causaram grande mal-estar no governo dos Estados Unidos e em seus aliados, como Brasil e Alemanha, depois que vieram à tona informações de que Washington havia espionado conversas de alguns líderes mundiais, incluindo a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel.

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