Apoiadores de Edward Snowden, ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA), fazem protesto em frente ao Consulado dos EUA em Hong Kong (REUTERS / Bobby Yip)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 13h44.
Hong Kong - Há meses, a China tenta virar o jogo em relação aos Estados Unidos e conter as acusações de que o país espiona redes e computadores norte-americanos.
Agora, a decisão de Edward Snowden de revelar detalhes de programas ultrassecretos de espionagem do governo dos Estados Unidos pode servir como arma para Pequim na guerra de palavras com Washington.
Em entrevista ao jornal South China Morning Post, Snowden afirmou que há tempos os Estados Unidos atacam uma universidade de Hong Kong que encaminha todo o tráfego de internet dentro e fora da região semiautônoma chinesa.
Snowden declarou que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) tem 61 mil alvos em todo o mundo, dentre eles centenas em Hong Kong e na China continental, informou o jornal, na noite de quarta-feira.
O diário, que é o principal em inglês de Hong Kong, disse que Snowden apresentou documentos que apoiam suas acusações, mas não descreveu esses documentos e informou que não pode verificar sua autenticidade.
Os Estados Unidos têm feito uma série de acusações contra o governo e o Exército chineses, que estariam realizando ataques cibernéticos contra o território norte-americano.
As acusações de Snowden acontecem após comentários, feitos na semana passada, pelo chefe de segurança da internet na China, que disse à mídia estatal que Pequim reuniu grandes quantidades de dados sobre as ações norte-americanas.
Ele não chegou, porém, a acusar o governo dos Estados Unidos, dizendo que a medida seria irresponsável, e que a melhor forma de abordar o assunto seria melhorar a cooperação no combate a ataques cibernéticos.
Nesta quinta-feira, a porta-voz do Ministério de Assuntos Externos, Hua Chungying, disse que a China é a "principal vítima" dos ataques cibernéticos, mas não fez acusações. Segundo o jornal, Snowden disse que a NSA espiona computadores em Hong Kong e na China continental desde 2009. Fonte: Associated Press.