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Snowden diz que depoimento de chefe o fez revelar documentos

O ex-consultor da NSA disse que depoimento desonesto do chefe da Inteligência americana o motivou a revelar documentos


	Edward Snowden: declarações do chefe de Inteligência, James Clapper, o levaram a agir
 (NBC News/Handout via Reuters)

Edward Snowden: declarações do chefe de Inteligência, James Clapper, o levaram a agir (NBC News/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 14h50.

Washington - O ex-consultor da NSA Edward Snowden afirmou, em entrevista à revista Wired, que o depoimento desonesto do chefe da Inteligência americana foi o que o motivou a revelar à imprensa documentos sobre a segurança nacional.

Em uma longa entrevista realizada durante vários dias em Moscou, Snowden declarou que estava perturbado há vários anos pelas atividades da Agência de Segurança Nacional (NSA), mas que as declarações do chefe de Inteligência, James Clapper, o levaram a agir.

Para a revista, que publica várias fotos de Snowden, incluindo uma na qual aparece abraçado a uma bandeira americana, o ex-consultor da NSA revela que tomou a decisão depois de ter lido, em março de 2013, que Clapper havia declarado a uma comissão do Senado que a NSA obtinha, de maneira "não deliberada", informações de milhões de americanos.

"Acho que eu li na imprensa no dia seguinte e comentei com meus colegas: vocês acreditam nisto?'".

Snowden declarou ao jornalista James Bamford que ficou abalado com outras descobertas, como a espionagem por parte da NSA de alguns políticos que acessavam material pornográfico.

"Foi como quando o FBI tentou usar a infidelidade de Martin Luther King para tentar convencê-lo a se matar", disse Snowden.

"Nós afirmamos que estas coisas eram inapropriadas nos anos 60. Por quê estamos fazendo isto agora?", completou.

Snowden também criticou os esforços da NSA por acelerar a coleta de dados em instalações secretas em Bluffdale, Utah, nas quais são analisadas bilhões de ligações telefônicas, faxes, e-mails, transferências de dados entre computadores e mensagens de texto em todo o mundo.

O ex-agente descartou revelar as informações antes da eleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos por acreditar que seu governo mudaria as práticas.

Mas se disse decepcionado com o presidente e em 2013 revelou todos os segredos dos quais tinha conhecimento.

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