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Snowden denuncia que Alemanha sabia de espionagem dos EUA

A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) 'estava conchavada com os alemães', assegurou o informático


	Imagem de vídeo de entrevista do jornal The Guardian com Edward Snowden
 (AFP)

Imagem de vídeo de entrevista do jornal The Guardian com Edward Snowden (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2013 às 15h58.

Berlim - O ex-técnico da CIA (agência de inteligência americana), Edward Snowden, denunciou neste domingo na revista 'Der Spiegel' que os serviços de inteligência alemães sabiam do programa de espionagem em massa dos Estados Unidos, mas não informavam de seus detalhes às autoridades políticas.

A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) 'estava conchavada com os alemães', assegurou o informático que revelou o escândalo do programa 'Prism', que pôs Washington em evidência em nível internacional e estremeceu suas relações com muitos de seus aliados.

Segundo seu relato, os serviços secretos alemães não só se beneficiaram da informação obtida graças a este programa, mas se preocuparam com que os detalhes de sua obtenção não transcendessem o âmbito político.

Assim se evitava ter de dar explicações sobre os métodos ilegais empregados, o centro da atual polêmica, e o problema derivado de conhecê-los e ocultá-los.

Desta forma, 'os políticos não tinham que assumir nenhuma responsabilidade', no caso que saísse à luz 'como se viola a esfera privada das pessoas', explicou Snowden em entrevista realizada antes que o analista se transformasse em fugitivo.

A cooperação entre os serviços secretos dos dois lados do Atlântico estava organizada de maneira que as autoridades estivessem 'protegidas' perante uma possível reação social no caso de o programa ser relevado.

A troca de informação se baseia ainda, segundo o testemunho de Snowden, em que os serviços de inteligência não façam perguntas sobre a procedência.

'As outras autoridades não nos perguntavam de onde tínhamos tirado os dados; e nós também não perguntávamos a eles', disse Snowden.

A divulgação do programa de espionagem americano incomodou visivelmente o governo alemão, que considerou que uma ação assim entre 'sócios e amigos' é 'inaceitável', já que 'a Guerra Fria acabou'.

Na próxima semana está previsto que um grupo de analistas alemães liderado pelo ministro do Interior, Hans Peter Friedrich, viaje a Washington para conhecer os detalhes do programa 'Prism' e sua ação na Alemanha.

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