Comitê Internacional da Cruz Vermelha declarou a Síria um conflito armado interno em julho de 2012 (Foto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 7 de abril de 2017 às 12h24.
Última atualização em 7 de abril de 2017 às 12h41.
Genebra - A situação na Síria "equivale a um conflito armado internacional" depois de ataques com mísseis dos EUA contra uma base aérea síria, disse à Reuters o Comitê Internacional da Cruz Vermelha na sexta-feira.
Os Estados Unidos dispararam mísseis de cruzeiro contra uma base da qual, segundo disse o presidente Donald Trump, partiu o ataque mortal com armas químicas na terça-feira, no primeiro ataque direto dos EUA ao governo de Bashar al-Assad em seis anos de guerra civil.
"Qualquer operação militar de um Estado no território de outro sem o consentimento do outro equivale a um conflito armado internacional", disse à Reuters a porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Iolanda Jaquemet, em resposta a uma pergunta.
"De acordo com a informação disponível --o ataque dos EUA à infraestrutura militar síria-- a situação equivale a um conflito armado internacional."
Os ataques aéreos anteriores no território sírio por uma coalizão liderada pelos EUA tinham sido contra apenas o grupo militante Estado Islâmico, que também é inimigo do governo sírio.
A Rússia tem realizado ataques aéreos em conjunto com a aliada Síria desde setembro de 2015, enquanto milícias iranianas também estão lutando ao lado das tropas do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Funcionários da Cruz Vermelha estão tratando do ataque dos EUA com autoridades norte-americanas como parte de seu diálogo confidencial em curso com as partes no conflito, disse Jaquemet, se recusando a dar detalhes.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, guardião das Convenções de Genebra que estabelecem as regras da guerra, declarou a Síria um conflito armado interno --ou guerra civil, em termos leigos-- em julho de 2012.
De acordo com o Direito Internacional Humanitário, se um conflito é interno ou internacional, os civis devem ser poupados e as instalações médicas protegidas. As partes em conflito devem observar os princípios fundamentais de precaução e proporcionalidade e distinguir entre combatentes e civis,