Sede do Banco Central Europeu (BCE) (Ralph Orlowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2011 às 11h23.
São Paulo – Apesar de registrarem um fraco crescimento no quarto trimestre, as economias da França e da Itália não estão em uma situação tão ruim como muitos imaginam, e possuem capacidade para se recuperarem sozinhas, avaliou nesta segunda-feira Christian Noyer, governador do Banco Central da França e integrante do Banco Central Europeu (BCE), em declaração à rede de televisão americana CNBC.
Após a crise se dissipar por diversos países na zona do euro, assim como Irlanda, Portugal e Grécia, os investidores temem agora que Espanha, Itália e França serão as próximas nações prejudicadas.
As preocupações aumentaram hoje após o jornal italiano La Stampa citar um plano de ajuda, avaliado em até 600 bilhões de euros, que seria concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Itália.
"Não há conversas com as autoridades italianas sobre um programa de financiamento do FMI", declarou um porta-voz do organismo internacional.
“A Itália tem capacidade de se recuperar sozinha”, acrescentou Noyer, explicando que a situação financeira do país é atualmente melhor do que a vista durante o estouro da crise financeira de 2008. Segundo ele, o setor industrial italiano segue firme, mesmo apesar da queda na confiança do consumidor local.
“A Itália tem superávit primário, o que é muito raro entre as economias avançadas. A nação tem uma base industrial forte e eu não acho que a competitividade em termos econômicos esteja tão ruim assim", disse Noyer.
"Vivemos em um alto grau de incerteza", admitiu ele, acrescentando que isso não é uma verdade apenas para a Europa, mas para o mundo todo.
Questionado se a França pode perder seu rating de crédito AAA, o governador da autoridade monetária afirmou que isso não o preocupa, já que a nação conseguiu aplicar reformas no orçamento para reduzir sua dívida. Além disso, os fundamentos do país seguem fortes.
"Não vejo absolutamente nada nos fundamentos da França que justifiquem uma mudança significativa na avaliação externa da sua economia... e (também) no estado de suas finanças públicas", concluiu.