Refugiados na passagem de Horgos, na fronteira da Hungria com a Sérvia: "O governo húngaro fechou Horgos 1 sem avisar previamente aos órgãos sérvios, e agora a situação aqui está complicada" (Reuters / Marko Djurica)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 11h35.
Belgrado - A situação na fronteira da Sérvia com a Hungria, onde nesta terça-feira havia mil refugiados, está voltando a ficar complicada após seu fechamento do lado húngaro, advertiu nesta terça-feira o ministro do Trabalho sérvio, Aleksandar Vulin.
"Ontem diziam que fechariam a fronteira para as passagens ilegais, mas não para aqueles que querem expressar a intenção de pedir asilo", disse Vulin na passagem fronteiriça de Horgos 1.
"O governo húngaro fechou Horgos 1 sem avisar previamente aos órgãos sérvios, e agora a situação aqui está complicada", indicou, em alusão ao fato de que seguem chegando refugiados com o objetivo de entrar na União Europeia através da Hungria, e que sem a permissão de passagem, permanecem em solo sérvio.
O ministro também visitou hoje a próxima passagem Horgos 2, onde há um grupo de refugiados, no entanto pouco nutrido.
Nesta terça-feira, entrou em vigor na Hungria uma nova legislação que castiga com penas de prisão o cruzamento ilegal da fronteira.
Poucas horas antes, Budapeste terminou de fechar uma cerca ao longo dos 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia para impedir a entrada dos milhares de refugiados, em sua maioria provenientes de países em conflito do Oriente Médio, que há semanas tentam chegar à Europa ocidental pela chamada Rota dos Bálcãs, na que atravessam Turquia, Grécia, Macedônia e Sérvia.
A porta-voz da agência da ONU para os Refugiados (Acnur) na Sérvia, Melita Sunjic, que se encontra em Horgos, declarou à Agência Efe por telefone que cerca de mil refugiados estão na zona agora.
"Há muita gente com crianças pequenas e também gente de idade na zona sentados sobre a grama e na rua, e esperam ver se a fronteira vai ser aberta", disse.
"Há pouco, desde o lado húngaro informaram em árabe por megafone que hoje a fronteira não será aberta. Mas o povo espera", indicou.
Sunjic disse que aí, por enquanto, não há boas condições para os refugiados porque não estava previsto que ficariam na zona.
Sunjic advertiu que mais refugiados poderiam chegar à zona dado que seguem entrando desde a Macedônia pela fronteira meridional sérvia, "e antes ou depois aparecerão aqui".
Durante o dia de ontem, cerca de 3 mil pessoas entraram na Sérvia pela passagem de Presevo, no sul do país, onde foram registrados e onda na tarde de sexta-feira havia cerca de 500 imigrantes, segundo informou a emissora de televisão pública "RTS".