O chanceler sírio, Walid Muallem: o país rejeita qualquer relatório da ONU "antes que a missão tenha concluído seu trabalho" (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 12h41.
Damasco - O governo sírio recusa qualquer relatório parcial sobre o possível uso de armas químicas perto de Damasco, o que pode ser feito imediatamente após o final da missão de inspetores da ONU na Síria, afirmou nesta sexta-feira a televisão oficial síria.
Durante um telefonema com o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon, o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, informou que seu país "rejeita qualquer relatório parcial publicado pelo secretariado-geral da ONU antes que a missão tenha concluído seu trabalho e que esteja ciente dos resultados das análises das amostras coletadas pelos inspetores".
Essas análises, que devem acontecer em laboratórios europeus, vão necessitar semanas de trabalho, indicou a ONU.
O chefe da diplomacia síria exigiu que "a missão investigue igualmente locais onde soldados sírios foram expostos a gases tóxicos".
"O governo sírio pediu ao secretariado que investigue esses locais", acrescentou o ministro, citado pela televisão estatal.
Os especialistas da ONU visitaram principalmente Muadamiyat al-Cham, na periferia oeste de Damasco, e Ghouta Oriental, a leste da capital, locais do suposto ataque químico de 21 de agosto, que a oposição síria e países ocidentais atribuem ao regime.
O regime de Bashar al-Assad acusa, por sua vez, os rebeldes de uso de armas químicas em 24 de agosto em Jobar, também nas proximidades de Damasco, para responder a uma ofensiva do Exército.
O ministro perguntou a Ban Ki-Moon por que a missão de inspetores, que deve deixar Damasco sábado, se retirava do país, e recebeu como resposta a indicação de que os "investigadores vão voltar para prosseguir com sua missão", segundo a mesma fonte.
Muallem "insistiu no fato que a Síria espera que o secretário-geral da ONU seja objetivo, rejeite as pressões e realize seu trabalho de preservar a paz e a segurança internacional", acrescentou a televisão.
"Toda agressão contra a Síria destruirá os esforços em vista de uma solução política", alertou Walid Muallem.