O uso de armas químicas pelo regime de Bashar al Assad é a violação mais grave da Convenção das Armas Químicas, disse a ONG UN Watch (White Helmets/Reuters/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de abril de 2018 às 15h59.
Genebra - A ONG UN Watch, que vigia as atividades da ONU, denunciou nesta segunda-feira que a Síria presidirá em maio a Conferência de Desarmamento da organização multilateral, o mesmo fórum que elaborou o tratado que proíbe as armas químicas.
A Conferência, que se reúne de maneira regular em Genebra e que conta com 65 países-membros, tem um sistema presidencial rotatório, e em maio passará para a Síria.
Este fórum também negociou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e a Convenção sobre as Armas Biológicas.
"O uso documentado de armas químicas por parte do regime de (o presidente da Síria) Bashar al Assad continua sendo a violação mais grave da Convenção das Armas Químicas nos seus 22 anos de história", disse o diretor-executivo da UN Watch, Hillel Neuer, em comunicado.
"Pedimos à ONU para entender que, em um momento no qual a Síria está lançando gás a seus próprios homens, mulheres e crianças até a morte, o fato de a Síria presidir o fórum mundial que deve proteger estas vítimas é um choque para a consciência da humanidade", acrescentou.
A ONG pediu aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e a todos os demais países e Estados observadores que não compareçam a nenhuma reunião presidida pela Síria.
A UN Watch lembrou que os representantes americano e canadense fizeram isso quando o Irã presidiu a Conferência de Desarmamento em 2013, e exigiu que este gesto seja repetido.
Sob as normas da ONU, o embaixador sírio na Conferência, Hussam Edin Aala, ajudará a organizar o trabalho deste órgão e estará presente na hora de fixar a agenda.
A Síria exercerá entre 28 de maio e 24 de junho todas as funções de um presidente de um fórum e representará a Conferência em suas relações com países, a Assembleia-Geral e outros órgãos da ONU, bem como perante outras organizações internacionais, lembra a ONG.
A UN Watch considera que isto "compromete gravemente a credibilidade das Nações Unidas e enviará a pior das mensagens" ao mundo, disse Neuer.