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Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 11h16.
Damasco - O Ministério sírio da Justiça minimizou um relatório sobre suposta tortura em massa e assassinatos do regime do país, considerando-o politizado, e disse que as impactantes fotos que acompanham o documento são falsas.
"O ministério da Justiça rejeita completamente a veracidade do relatório", declarou o ministério em um comunicado citado pela agência de notícias estatal Sana.
"É um relatório politizado que carece de objetividade e profissionalismo", declarou o ministério.
Estas declarações são uma resposta à publicação de um relatório sobre as supostas torturas em escala industrial e o assassinato de 11.000 detidos pelo regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
O relatório, elaborado por um gabinete jurídico britânico e encomendado pelo Catar - que apoia os rebeldes sírios - diz que há provas claras de mortes por inanição, estrangulamento e espancamentos de detidos nas prisões sírias.
Baseia-se na análise forense de 55.000 fotos digitais fornecidas por um fotógrafo que diz ter desertado da polícia militar síria e que documentou cerca de 50 corpos diários em fotos nas quais é possível ver detidos abatidos e feridos.
Mas o ministério sírio da Justiça considerou falsas estas provas fotográficas.
"Qualquer pessoa que trabalhe no campo da investigação criminal pode dizer que estas fotos são falsificações e não têm nenhuma relação com presos ou detidos nas prisões sírias", disse o ministério.
O comunicado diz que algumas das pessoas que aparecem nas fotos são "terroristas estrangeiros" mortos em ataques das forças governamentais e que outros foram assassinados ou torturados até a morte por "grupos terroristas armados".
O regime sírio chama de terroristas os rebeldes que pedem a saída de Bashar al-Assad.
Segundo o ministério, este relatório, que foi divulgado dois dias antes do início da conferência de paz sobre a Síria, na localidade suíça de Montreux, pretende "minar os esforços para alcançar a paz na Síria".