Walid Muallem: a cúpula, em Teerã, conta com a participação de representantes de 107 países (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 13h54.
Brasília – O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, reagiu a pronunciamento do presidente do Egito, Mohammed Mursi, e o acusou de interferir nos assuntos internos sírios e incentivar a violência no país.
O egípcio disse que o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, recorre à violência desmedida e à violação de direitos humanos no combate à oposição. A crise na Síria dura 17 meses e matou mais de 20 mil pessoas.
O desentendimento ocorreu durante a 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados, no Irã. "A delegação síria abandonou a sala para protestar contra o conteúdo do discurso de Mursi que é uma ingerência nos assuntos internos sírios e uma incitação à continuação do banho de sangue no país", disse o chanceler sírio.
Segundo ele, o Irã se esforça para cooperar com o que for necessário para ajudar a Síria. Os iranianos, os chineses e os russos são os aliados mais fieis e resistem a quaisquer medidas de intervenção ou de sanções na região.
Mursi disse, no seu discurso, que prestava sua "solidariedade com a luta dos sírios contra o regime opressivo que perdeu a legitimidade". Primeiro presidente eleito, depois de mais de três décadas, Mursi enfrenta o desafio de garantir os direitos democráticos no país.
A cúpula, em Teerã, conta com a participação de representantes de 107 países. O Brasil está presente como observador. O Movimento dos Países Não Alinhados representa as nações em desenvolvimento que tentam definir um caminho de independência e autonomia em relação às grandes potências econômicas e políticas.