ALEPO: imagem de sírios carregando bebês em meio às ruínas após ataque aéreo foi premiada em competição mundial de fotografia / Ameer Alhalbi/World Press Photo Foundation/Reuters
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 18h53.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h39.
A guerra civil na Síria completa seis anos em março. Desde que os conflitos começaram, mais de 400.000 pessoas morreram, quase 5 milhões fugiram do país e cerca de 6,3 milhões estão desalojadas internamente. Mas desde que o governo retomou o controle sobre a histórica cidade de Alepo, em dezembro, um cessar-fogo tem se mantido. O fim dos conflitos parece cada dia mais próximo.
Nesta quarta-feira, tem início a segunda rodada de negociações de um acordo de paz, na cidade de Astana, capital do Cazaquistão. O grupo é coordenado por Rússia, Irã e Turquia e, desta vez, os rebeldes sírios e o governo foram convidados a participar. No primeiro encontro, realizado nos dias 23 e 24 de janeiro, sem os rebeldes, os três países definiram um “projeto de paz”, que deve ser ratificado hoje. O diplomata Staffan de Mistura, representante especial da ONU na Síria, também foi convidado para esta rodada, assim como representantes da Jordânia.
A expectativa é de que seja definido um mecanismo para a monitorar as violações ao acordo de paz e estabelecer as sanções que serão aplicadas em caso de descumprimento. Ao final do encontro, que vai até quinta-feira, os envolvidos devem assinar um documento que oficializa a força-tarefa. Todo esse processo prepara o terreno para a reunião de reconciliação oficial: a das Nações Unidas, marcada para o dia 23 de fevereiro, em Genebra, na Suíça.
As negociações em Astana estão sendo patrocinadas por representantes de três nações que apoiam o regime de Bashar al-Assad. Daí a importância da reunião da ONU com os países do Ocidente, que devem ouvir demandas dos opositores por maior participação na política. Assad está no poder há 16 anos, seu pai esteve por 30. O fim da guerra, portanto, reforça a manutenção de uma sanguinária ditadura – com apoio militar e político da Rússia, maior vencedora dessa batalha.