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Síria aceita aplicação de plano da ONU antes de 10 de abril

Uma interrupção completa da violência ocorrerá em 48 horas a partir dessa data

Annan indicou que o regime de Bashar al-Assad havia aceitado uma data limite para por fim à repressão
 (Lintao Zhang/AFP)

Annan indicou que o regime de Bashar al-Assad havia aceitado uma data limite para por fim à repressão (Lintao Zhang/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 14h14.

Nova York - O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, afirmou nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU que Damasco havia aceitado a data limite de 10 de abril para começar a aplicar seu plano de paz, segundo diplomatas.

Uma interrupção completa da violência ocorrerá em 48 horas a partir dessa data, com o regime do presidente Bashar al-Assad suspendendo o avanço de suas tropas nas cidades, retirando suas armas pesadas das cidades e empreendendo a retirada de suas tropas.

Ainda segundo diplomatas, Annan pediu ao Conselho o seu apoio a esta primeira etapa da aplicação de seu plano.

Annan também pediu ao Conselho que estude as condições do mobilização de uma missão de observadores para monitorar a situação na Síria com um "mandato amplo e flexível".

O regime sírio aceitou oficialmente o plano de monitoramento de seis pontos colocado sobre a mesa por Kofi Annan, mas manteve a repressão ao movimento opositor, que deixou mais de 9.000 mortos em um ano, segundo a ONU. Pelo menos 18 pessoas, incluindo 10 civis, morreram em episódios nesta segunda-feira na Síria, onde o Exército intensificou suas operações contra vários redutos da contestação, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O chefe do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, acusou o Exército de recorrer à "tática das casas queimadas".

"Tivemos casos de casas pertencentes a ativistas e desertores incendiadas em Deraa (sul), Homs (centro), e nas províncias de Idleb (noroeste) e Hama (centro)", disse. Esta "política deliberada é aplicada diariamente há quase três meses", acrescentou.

As tropas também "roubam" e "saqueiam". "É uma espécie de punição coletiva, que pode ser comparada aos crimes contra a Humanidade", prosseguiu Abdel Rahman.

O plano de Annan defende o fim da violência por todas as partes sob a supervisão da ONU, o fornecimento de ajuda humanitária às regiões afetadas pelos combates e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.

Kofi Annan se reuniu em Genebra por videoconferência com os embaixadores dos 15 países membros do Conselho reunidos a portas fechadas em Nova York para prestar contas de sua missão.

Esta reunião, a segunda de Annan no Conselho desde o início de sua missão, ocorreu principalmente depois de um encontro em Istambul neste final de semana do grupo dos "Amigos do Povo Sírio".

Estes haviam pedido o estabelecimento de uma "data limite" para a aplicação do plano Annan, mas o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, manifestou a sua oposição a qualquer "prazo" ou "ultimato".

A Rússia, fiel aliada do regime sírio, já impôs o seu veto a dois projetos de resoluções do Conselho sobre a Síria.

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