Trabalhadores em Doha, no Catar: confederação afirmou que a legislação catariana aprovada não reconhece aos imigrantes a possibilidade de pertencer a um sindicato (Goh Chai Hin/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 13h00.
Bruxelas - A secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow, informou nesta quarta-feira que pediu à Fifa que exija mudanças na legislação trabalhista aprovada no Catar para a Copa do Mundo de 2022 por não proteger os trabalhadores imigrantes.
"A Fifa teria que exigir o pleno respeito à liberdade de associação para que os trabalhadores possam estar representados por aqueles que escolham", reivindicou Sharan em comunicado.
A confederação afirmou que a legislação catariana aprovada recentemente "é fruto da pressão pública", mas não reconhece aos imigrantes a possibilidade de pertencer a um sindicato.
"Nenhum trabalhador estrangeiro estará protegido pela legislação trabalhista do Catar, já que não terá o direito a pronunciar-se coletivamente", criticou.
Nesse sentido, a reforma deixa os trabalhadores estrangeiros sujeitos ao sistema de patrocínio ou "kafala", em que é o empregador que decide sobre sua saída do país ou sua mudança de trabalho, segundo o comunicado da central sindical.
A secretária-geral reivindicou "medidas imediatas" para pôr fim a esse sistema, que, segundo ela, "mantém à ordem do dia o trabalho forçado e a falta de direitos".
"Esta nova legislação é uma burla para os trabalhadores. A taxa de mortalidade aumentou, e o Catar tem que mudar suas leis, porque não há alternativa", considerou.
A Confederação Sindical Internacional é a maior central sindical do mundo e agrupa 176 milhões de trabalhadores de mais de 300 organizações nacionais.