Manifestante diante da polícia em La Paz, durante a greve: algumas solicitações, como uma aposentadoria com o valor integral do salário, não foram atendidas (Aizar Raldés/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2013 às 13h45.
La Paz - A Central dos Trabalhadores Bolivianos (COB), maior organização sindical do país, encerrou a greve geral que completaria duas semanas nesta quarta-feira, depois de aceitar uma proposta do governo de aumentar a aposentadoria e revisar a lei de pensões.
Uma reunião da Central determinou que todos os trabalhadores retomassem seus postos de trabalho a partir dessa quarta-feira, informou o líder da organização, Juan Carlos Trujillo.
Trujillo aproveitou para se defender das acusações de que o protesto, iniciado em 6 de maio, fazia parte de uma conspiração contra o governo esquerdista de Evo Morales.
"Os trabalhadores do país têm sido defensores, construtores da democracia e a COB demonstra, com firmeza, que garante o Estado democrático em nosso país", enfatizou o líder sindical.
Os sindicatos reivindicavam uma aposentadoria com valor integral dos salários dos últimos dois anos, mas o governo concedeu apenas 70% e a possibilidade de rever a lei das pensões.
Para os mineiros com 30 e 35 anos de contribuição, a renda da aposentadoria será de 70%. Para os demais setores, a renda também será de 70%, mas com 35 anos de contribuição obrigatória, explicou o secretário de Finanças da Central dos Trabalhadores, Oscar Tapia.
A suspensão da greve significa o retorno ao trabalho de cerca de 4.500 trabalhadores da mina estatal Huanuni, maior produtora de estanho do país, localizada nos Andes bolivianos. O governo reduziu recentemente a idade de aposentadoria de 65 para 58 anos para trabalhadores do setor mineiro.