Argentina: reforma previdenciária conta com uma forte rejeição social, sindical e política (Agustin Marcarian/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 06h27.
Buenos Aires - A principal central sindical da Argentina disse que convocará para sexta-feira uma greve geral se o presidente Mauricio Macri decide aprovar por decreto a reforma do sistema de previdência que não foi debatida nesta quinta no Congresso por conta da violência nas ruas e entre os próprios deputados.
"A CGT (Conferência Geral do Trabalho) vai esperar para ver o que acontece e seria lamentável que, quando a política no Congresso dissesse não a esta reforma, se utilize do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) para gerar este ato de subtração dos salários dos aposentados", afirmou Héctor Daer, em entrevista coletiva, um dos líderes da central.
De acordo com a agência estatal de notícias "Télam", Macri analisa a possibilidade de obter, através de um DNU, a chamada "reforma da previdência", que conta com uma forte rejeição social, sindical e política, pois envolverá em 2018 um aumento menor nas aposentadorias do que se prevê a legislação vigente.
Se for confirmado que o governo decida unilateralmente aprovar a reforma, a CGT adotará "uma medida de ação direta contundente em uma greve a partir da 0h".
"E, se não for esse o caso, convocamos a todos os membros do Poder Executivo e Legislativo para rediscutir este tema, mas não para deixar o mínimo", acrescentou Daer.
"Se têm necessidades fiscais, que busquem nos quais mais têm e mais ganham e não nos aposentados", afirmou.
O projeto promovido pelo governo, que busca mudar o coeficiente pelo qual a renda dos aposentados é ajustada periodicamente, "aos olhos de toda a sociedade é baseada em um ajuste" que é produto, segundo a CGT, "da falta de coerência e direção econômica" que está sendo realizada no país.
O governo reitera que, com as mudanças que promulga, os aposentados ganharão mais em 2018 e seus rendimentos serão cerca de cinco pontos percentuais acima da taxa de inflação esperada.