A presidente da Argentina Cristina Kirchner: Moyano, há até poucos meses um aliado do governo, tachou de "absurda" a denúncia penal que o Executivo radicou contra ele (Daniel Garcia / AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 17h51.
Buenos Aires - O líder do sindicato dos caminhoneiros e titular da Confederação Geral do Trabalho (CGT) da Argentina, Hugo Moyano, suspendeu nesta quinta-feira a greve no transporte de combustíveis iniciada na terça-feira passada, após conseguir com o setor patronal um acordo de aumento salarial de 25,5%.
Apesar do acordo, Moyano assinalou que mantém sua reivindicação ao governo de Cristina Kirchner para que os trabalhadores sejam excluídos do imposto de renda e por isso convocou para a próxima quarta-feira uma paralisação geral em todos os ramos do sindicato de caminhoneiros.
"A greve está suspensa e a distribuição de combustível está normalizada", anunciou Moyano, que dirige a maior central operária do país, sobre a medida de força que provocou um sério desabastecimento no fornecimento de combustíveis.
Além disso, o líder sindical assinalou que a greve da quarta-feira será acompanhada por uma mobilização de protesto na Plaza de Mayo, em frente à sede do Executivo argentino, à qual convidou "todos os trabalhadores que se sintam prejudicados" por ter de pagar sobre seus salários o imposto de renda.
Moyano, até poucos meses atrás um aliado do governo de Cristina Kirchner, tachou de "absurda" a denúncia penal que o Executivo radicou hoje contra ele e também contra seu filho Pablo, secretário adjunto do sindicato de caminhoneiros.
"Parece que estamos em uma ditadura militar. Não podemos reivindicar, não podemos fazer protestos", afirmou Moyano.
O líder da CGT acusou o governo de crer-se "o dono da verdade" e assinalou que "pela quantidade de mentiras que diz", os funcionários são uma "corte de mitômanos".
Moyano pediu à presidente Cristina que "deixe a soberba e deixe de acreditar que porque teve 54%" dos votos nas eleições gerais de outubro "pode fazer o que quer".