Mundo

Shows na Venezuela marcam "combate cultural" entre Maduro e Guaidó

A oposição pretende arrecadar 100 mil dólares com o espetáculo. O grupo mexicano Maná e o cantor espanhol Alejandro Sanz são destaques do evento

Fronteira colombiana: pessoas preparam painéis no palco do show "Venezuela Aid Life" em Cúcuta, Colômbia, patrocinado pelo bilionário britânico Richard Branson (Rodrigo Almonacid/AFP)

Fronteira colombiana: pessoas preparam painéis no palco do show "Venezuela Aid Life" em Cúcuta, Colômbia, patrocinado pelo bilionário britânico Richard Branson (Rodrigo Almonacid/AFP)

A

AFP

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 06h33.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 06h33.

Dois shows simultâneos marcam nesta sexta-feira uma nova disputa pelo poder na Venezuela, antes da arriscada aposta da oposição de conseguir a entrada de ajuda básica no país, apesar do bloqueio do governo de Nicolás Maduro.

Um grande evento que promete a presença de várias estrelas, organizado pelo bilionário britânico Richard Branson, está programado para a cidade de fronteira de Cúcuta com o objetivo de arrecadar ajuda para a Venezuela, que enfrenta uma intensa crise, que inclui escassez de produtos básicos e hiperinflação.

Do lado venezuelano, operários e soldados montavam um palco sobro o qual não se sabe quem deve se apresentar.

A 300 metros do local do show prometido por Branson, e com grande dispositivo militar, o governo preparava seu concerto, do qual foram divulgados apenas os lemas: 'Para a guerra, nada' e 'Hands off Venezuela' (Mãos fora da Venezuela).

Um cartaz mostra alguns dos artistas que atenderam o apelo do empresário britânico, fundador da Virgin, como o argentino Diego Torres, o colombiano Santiago Cruz e o grupo mexicano Maná.

O show Venezuela Aid Life é apoiado pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por quase 50 países.

O encerramento do evento deve contar com as presenças dos presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo.

Cúcuta aguarda o espetáculo que acontecerá do lado colombiano da ponte internacional de Tienditas e que pretende arrecadar 100 milhões de dólares em 60 dias.

O evento deve reunir pelo menos 250.000 pessoas, com participações dos colombianos Carlos Vives e Juanes, do dominicano Juan Luis Guerra, dos espanhóis Alejandro Sanz e Miguel Bosé, dos venezuelanos José Luis Rodríguez (El Puma) e Nacho, entre outros artistas.

"Se milhões de vocês se juntam por uma razão, o eco retumbará no mundo todo", disse o cantor Alejandro Sanz nas redes sociais.

A produção testou as câmeras aéreas para a exibição pela TV, enquanto operários preparavam os painéis com bandeira venezuelana e a palavra "liberdade".

Nas proximidades de Tienditas também estão 10 caminhões com os quais a oposição pretende transportar no sábado à Venezuela os alimentos, kits de higiene e remédios enviados pelos Estados Unidos a pedido de Guaidó para aliviar a crise.

O governo de Maduro alertou que não permitirá a passagem da carga, por considera a ajuda um pretexto para uma intervenção militar que Washington não descartou.

A ponte de Tienditas foi bloqueada por militares venezuelanos com contêineres e outros obstáculos.

Maduro, que nega qualquer crise humanitária, tentou responder a pressão.

Do lado venezuelano impera a incerteza, depois que o governo chavista apenas confirmou shows de sexta-feira a domingo.

Os produtores do evento na Colômbia afirmam que, apesar da proximidade, dificilmente o som de um show vai interferir no outro.

A lista de artistas que defenderão a mensagem do chavismo é incerta, assim como a presença de Maduro. Willie González, muito famoso nos anos 80, rejeitou o convite de Maduro.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaJuan GuaidóNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA