Shinzo Abe: governo deve enfrentar polêmica devido alta de imposto (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 10h25.
Tóquio - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, cogitou dissolver a Câmara baixa do Parlamento e convocar eleições antecipadas devido à questão que seu governo deve enfrentar perante uma polêmica alta do imposto sobre o valor agregado (IVA) para 2015, conforme explicaram nesta quarta-feira fontes do governo japonês à agência "Kyodo News".
"O primeiro-ministro está considerando diversas opções e uma delas é convocar eleições legislativas para final de ano", disse a fonte, que optou pelo anonimato.
Um dirigente - que também pediu para não ter o nome divulgado - do governante Partido Liberal-Democrata (PLD) de Abe afirmou que o primeiro-ministro "poderia dissolver a câmara em breve, em 19 de novembro". Segundo esse membro do PLD, a campanha eleitoral começaria, neste caso, em 2 ou 9 de dezembro e que o pleito aconteceria 14 ou 21 do mesmo mês.
O Executivo tinha anunciado que tomaria a decisão sobre subir ou não o imposto ao consumo dos atuais 8% para 10% em 2015, após analisar o impacto que a alta deste ano teve no Produto Interno Bruto (PIB) japonês de julho-setembro, dados que serão publicados em 17 de novembro. No entanto, cada vez mais os membros do PLD que consideram que o primeiro-ministro precisará da legitimidade das urnas para tomar uma decisão tão controversa.
O parlamento japonês já tinha acertado, no final de 2012, realizar um aumento em dois lances (de 5% para 8% em 2014, e até 10% em 2015) para fazer frente aos custos cada vez maiores do sistema de seguridade social no envelhecido país asiático, sem aumentar mais sua dívida pública, a maior do mundo desenvolvido. Contudo, a alta que aconteceu este ano, a primeira em 17 anos no Japão, atingiu duramente o consumo (motor da economia japonesa) e o PIB reduziu 7,1% anualizado em abril-junho.
Abe ressaltou, ao ser perguntado pelo assunto em Pequim, onde está participando da reunião de líderes do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) que não tomou ainda uma decisão ao respeito.
"Não decidi nada sobre os prazos para a dissolução", explicou em declarações a agência "Kyodo".