O presidente israelense, Shimon Peres: "no final, só podemos julgar pelos fatos e ações", disse (Robin Van Lonkhuijsen/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2013 às 10h26.
Haia - O presidente israelense, Shimon Peres, afirmou nesta segunda-feira em Haia que as verdadeiras intenções do Irã sobre seu programa nuclear devem ser medidas em ações e não palavras.
"No final, só podemos julgar pelos fatos e ações", disse Peres durante coletiva de imprensa no Palácio da Paz em Haia.
"Espero que os fatos justifiquem a esperança de muitas pessoas de ver um futuro diferente para o Irã", acrescentou o presidente de Israel, em visita a Holanda.
Peres, cujo cargo é honorífico, vê contradições no discurso do Irã porque, em sua opinião, o objetivo de construir mísseis de longo alcance "não tem outra explicação do que a de querer carregá-los com ogivas nucleares".
Os países ocidentais e Israel, inimigo jurado de Teerã, suspeitam que o Irã tenta adquirir armas nucleares sob o pretexto de um programa nuclear civil. A República Islâmica nega.
"Todos nós queremos ver o Irã voltar para o lado da paz e da razão, mas acho que nenhum de nós pode fazer concessões sobre este pedido mínimo", insistiu Peres.
Ele também pediu que todas as opções sejam mantidas em aberto para fazer com que o Irã abandone o seu programa nuclear, incluindo por sanções econômicas.
Considerado por especialistas como a única potência nuclear no Oriente Médio, Israel é um membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas não assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e nunca reconheceu formalmente possuir a bomba atômica.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, expressou na Assembleia Geral da ONU a vontade de diálogo com Washington para resolver a crise nuclear e condenou o Holocausto, uma mudança radical em relação a seu antecessor, Mahmud Ahmadinejad.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deve se reunir nesta segunda-feira com o presidente Barack Obama em Washington. Na terça-feira, deverá pronunciar um discurso na ONU para convencer seus membros de que a ameaça iraniana continua.