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Seul ignora Pyongyang e inicia novas manobras militares

Exercícios serão realizados em 29 diferentes pontos das 3 costas do país

Manobra militar sul-coreanoa EUA e Japão também realizam exercícios na região (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Manobra militar sul-coreanoa EUA e Japão também realizam exercícios na região (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 08h28.

Seul - A Coreia do Sul iniciou nesta segunda-feira sua terceira série de manobras militares em apenas três semanas, apesar das reiteradas advertências da Coreia do Norte, e avisou que exercerá seu direito à legítima defesa se houver mais ataques de seu vizinho comunista.

As ameaças lançadas na véspera por Pyongyang não evitaram que militares sul-coreanos começassem cinco dias de exercícios navais em 29 pontos das três costas do país, incluindo uma área pequena do Mar Amarelo, onde no dia 23 de novembro aconteceu o ataque norte-coreano à ilha de Yeonpyeong, que causou quatro mortes.

A ilha, no entanto, foi excluída dos exercícios de artilharia para garantir a segurança de seus residentes, visto que se encontra a apenas 13 quilômetros do litoral norte-coreano.

O ataque, sem precedentes desde o final da Guerra da Coreia em 1953, aconteceu enquanto forças da Coreia do Sul desenvolviam manobras militares, consideradas uma provocação pelo regime comunista norte-coreano.

Neste domingo, a Coreia do Norte fez um alerta a Seul e Washington contra os novos exercícios conjuntos no Mar Amarelo, onde se encontra a conturbada fronteira intercoreana, e advertiu os dois países sobre "possíveis consequências de suas provocações militares".

Na última quarta-feira, a Coreia do Sul e os EUA concluíram outros quatro dias de manobras navais nas imediações da fronteira com um grande desdobramento militar e a participação do porta-aviões nuclear George Washington.

O imponente porta-aviões americano participa estes dias de outros exercícios conjuntos realizados por cerca de 44 mil militares dos Estados Unidos e Japão em uma área mais afastada do Mar do Japão (Mar do Leste), os maiores já organizados entre os dois aliados.


Desde o ataque norte-coreano de 23 de novembro, as trocas de advertências verbais por parte das duas Coreias tiveram o tom elevado, apesar de Seul, que prevê endurecer suas "regras de combate", tenha até agora optado pela contenção.

Nesta segunda-feira, o novo ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Kwan-jin, recomendou aos militares que apliquem o direito à defesa própria diante da Coreia do Norte, o que significa que responderão imediatamente a um ataque "se os norte-coreanos provocarem primeiro".

Cada um dos dois países, vizinhos e inimigos há 60 anos, interpreta a seu modo o que é ou não uma provocação. Para Pyongyang, é que militares sul-coreanos realizem manobras perto de uma fronteira que não reconhece no Mar Amarelo, traçada pela ONU no fim da Guerra da Coreia (1950-53), enquanto Seul alega que os exercícios são desenvolvidos em suas águas territoriais.

Os ministros das Relações Exteriores da Coreia do Sul e Japão se reunirão nesta segunda-feira em Washington com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para tratar da resposta ao ataque norte-coreano à ilha de Yeonpyeong, que causou a morte de dois militares e dois civis.

Os três países concordam que é essencial um maior envolvimento da China, único aliado da Coreia do Norte e cuja decisão de apelar às negociações multilaterais de seis lados, que anuncia desde 2003 e estão atualmente estagnadas, não gerou nenhum entusiasmo.

Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou por telefone com o governante chinês, Hu Jintao, para pedir que transmita à Coreia do Norte que suas "provocações são inaceitáveis" e que é preciso que avance em seu processo de desnuclearização.

Ambos os líderes concordaram que é preciso garantir a paz e a estabilidade na península coreana e o presidente chinês expressou sua "profunda preocupação" e seu apoio a uma resposta "calma e racional" para evitar uma escalada da crise atual.

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