Agência de Notícias
Publicado em 5 de março de 2025 às 10h47.
O governo da Coreia do Sul rejeitou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o país asiático impõe tarifas até quatro vezes maiores do que as impostas por Washington.
Seul chamou os comentários de Trump de "não fiéis à realidade" e disse que tentaria esclarecer a situação com as autoridades americanas por meio dos canais diplomáticos e comerciais disponíveis, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira, 5, pela agência de notícias local "Yonhap".
O Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul respondeu aos comentários de Trump, realizados durante um discurso ontem ao Congresso em Washington, observando que a maioria dos produtos comercializados entre os dois países está sujeita a tarifas zero devido ao Acordo de Livre Comércio (ALC) bilateral assinado em 2007.
Segundo o Ministério sul-coreano, a tarifa média aplicada aos produtos importados dos Estados Unidos em 2024 foi de 0,79%, valor consideravelmente menor do que o mencionado por Trump e que pode ser ainda mais reduzido se forem considerados os reembolsos aplicáveis.
No entanto, o mandatário americano disse que "as tarifas na Coreia do Sul são quatro vezes maiores do que as dos Estados Unidos", uma declaração que Seul atribui a uma possível confusão com a tarifa de Nação Mais Favorecida (NMF), que a Coreia do Sul aplica a países com os quais não têm acordos comerciais.
O Ministério explicou que a taxa NMF é de 13,4%, enquanto a taxa dos EUA é de 3,3%. Eles também ressaltaram que esse número não é relevante em seu relacionamento com Washington, já que ambos os países têm um acordo de livre comércio.
Os comentários de Trump levantaram preocupações na Coreia do Sul de que eles poderiam ser usados como argumento para endurecer a postura americana em questões comerciais e de defesa, inclusive em negociações sobre a divisão do custo de manutenção de tropas americanas no país asiático.
Enquanto Seul continua decidindo o futuro de seu presidente afastado, Yoon Suk-yeol, suas interações com Washington se limitam à pressão de sua embaixada nos EUA e a reuniões com autoridades americanas.