O embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Mark Lippert, foi ferido a faca nesta quinta-feira em Seul por um militante nacionalista (Munhwa Ilbo/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2015 às 09h23.
Seul - As autoridades sul-coreanas anunciaram nesta sexta-feira que investigam as eventuais relações com a Coreia do Norte do homem que agrediu com uma faca o embaixador dos Estados Unidos em Seul, ao mesmo tempo que condenaram a reação de Pyongyang após o incidente.
Kim Ki-jong, 55 anos, pode ser processado por tentativa de homicídio por ferir o diplomata Mark Lippert com uma arma branca. O embaixador recebeu 80 pontos para fechar um corte profundo no rosto.
Os elementos que começam a aparecer na Coreia do Sul sobre o perfil do agressor dão a entender que ele seria um 'lobo solitário', um fervoroso nacionalista convencido de que Washington é um dos principais obstáculos para a reunificação da península coreana.
Kim Ki-jong viajou pelo menos seis vezes para a Coreia do Norte entre 2006 e 2007 e tentou construir, em Seul, um monumento a Kim Jong-il após a morte do dirigente norte-coreano em 2011.
Em 2010 foi condenado a prisão com suspensão condicional da pena por jogar uma pedra contra o embaixador japonês.
"Estamos investigando os eventuais vínculos entre o suspeito e a Coreia do Norte", afirmou Yoon Myung-soon, chefe de polícia do distrito central de Seul, área do ataque.
"Até o momento não temos nenhuma prova, mas tentamos determinar se violou a lei de segurança nacional", completou.
A lei entrou em vigor em 1948 para proteger a jovem Coreia do Sul das tentativas de invasão do Norte comunista. Proíbe qualquer promoção escrita ou oral da ideologia de Pyongyang e prevê até sete anos de prisão para os transgressores.
Os médicos que operaram o embaixador americano durante duas horas e meia informaram que ele se recupera do ataque. Os pontos devem ser retirados na próxima semana.
Nenhum nervo facial foi atingido de forma irreversível. Os nervos de um dedo podem precisar de seis meses para a recuperação completa.
Pyongyang considerou a agressão contra o embaixador um "castigo justo" e um "ato de resistência" à presença americana na Coreia do Sul, onde acontecem atualmente exercícios militares conjuntos entre Seul e Washington.
O ministério sul-coreano da Unificação condenou o apoio da Coreia do Norte ao ataque.