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Setor audiovisual brasileiro é modelo para a Espanha

País possui um bem-sucedido modelo de incentivo centrado no apoio institucional à indústria da televisão, ao cinema e ao documentário


	Setor audiovisual brasileiro, em constante expansão, pretende estar entre os cinco mercados audiovisuais mais importantes do mundo nos próximos anos
 (MorgueFile)

Setor audiovisual brasileiro, em constante expansão, pretende estar entre os cinco mercados audiovisuais mais importantes do mundo nos próximos anos (MorgueFile)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 15h17.

São Paulo - O Brasil, cujo setor audiovisual ocupa a 10ª posição do mercado mundial, possui um bem-sucedido modelo de incentivo centrado no apoio institucional à indústria da televisão, ao cinema e ao documentário que deve ser adotado por outros países, como a Espanha, opinaram nesta quarta-feira especialistas em São Paulo.

"Sem o apoio do governo é impossível seguir adiante", afirmou o consultor espanhol Carlos Cuadros, ex-diretor do Instituto de Cinematografia e Artes Audiovisuais e da Academia de Cinema da Espanha.

Cuadros manifestou sua opinião durante um encontro sobre coprodução audiovisual entre Brasil e Espanha realizado em São Paulo, no qual também participou o coordenador de fomento da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), Rodrigo Albuquerque.

De acordo com Albuquerque, o setor brasileiro, em constante expansão, pretende estar entre os cinco mercados audiovisuais mais importantes do mundo nos próximos anos, uma meta que, ressaltou, não seria conquistada sem o respaldo governamental.

Em setembro de 2012, o Brasil sancionou uma lei que impõe aos canais de televisão por assinatura cotas de transmissão de produções nacionais, incluindo uma porcentagem de produtores independentes, uma legislação que deu, segundo o especialista, um grande impulso à esta indústria.

Segundo dados da ANCINE, graças a esta legislação, o conteúdo brasileiro passou de mil horas em 2011 a quatro mil em 2013, enquanto no primeiro semestre de 2014, a indústria cinematográfica arrecadou 19% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Cuadros, por sua vez, disse que não existe outro modelo alternativo, já que este "dá garantia às empresas e garante a diversidade".

Em oito anos, a Espanha e o Brasil coproduziram quatro projetos, mas ambos países estão buscando novas vias de colaboração, o que abre uma nova via de intercâmbios culturais e comerciais.

Para isso, Cuadros afirmou a necessidade da Espanha "aceitar a realidade" e se conformar em ser um coprodutor minoritário com relação ao Brasil porque, segundo disse, o mercado do gigante sul-americano é tão grande que "no final compensa".

Após seu discurso, Cuadros descartou, em declarações à Agência Efe, a ideia de uma "bolha brasileira" por causa do avanço do setor audiovisual, e advogou por "seguir crescendo até onde puder", porque "ainda restam muitos anos de desenvolvimento".

Albuquerque, no entanto, admitiu a esta agência que o número de espectadores nos cinemas não cresceu tanto como era esperado.

O funcionário atribuiu este fenômeno ao preço da entrada, à falta de hábito da maioria da população de comparecer ao cinema e à sensação de insegurança que, disse, está concentrando os cinemas nos shoppings.

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