Mundo

Sessions promete decidir em breve se investigará Hillary Clinton

O procurador-geral falou pela 1ª vez sobre a possibilidade de indicar um promotor especial para investigar Hillary, algo pedido várias vezes por Trump

Hillary: Sessions prometeu que as pressões de Trump não terão peso na decisão a ser tomada sobre Hillary (Brian Snyder/Reuters)

Hillary: Sessions prometeu que as pressões de Trump não terão peso na decisão a ser tomada sobre Hillary (Brian Snyder/Reuters)

E

EFE

Publicado em 14 de novembro de 2017 às 18h47.

Washington - O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, prometeu nesta terça-feira que decidirá em breve se investigará a democrata Hillary Clinton, derrotada por Donald Trump nas eleições do país, em relação a uma venda de empresa produtora de urânio para a Rússia e pelas polêmicas doações recebidas pela Fundação Clinton.

Em uma audiência no Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes, Sessions falou pela primeira vez sobre a possibilidade de indicar um promotor especial para investigar Hillary, algo pedido várias vezes por Trump e outros republicanos.

O presidente do Comitê de Justiça da Câmara, o republicano Bob Goodlatte, solicitou mais uma vez que Sessions abra uma investigação sobre os diferentes assuntos que envolvem a democrata.

"Tenho certeza que esses assuntos procederão de maneira justa?", questionou o congressista.

"Sim, senhor presidente, e pode ter certeza que isso será realizado sem influência política, da maneira correta e adequada", respondeu o procurador-geral americano.

Sessions prometeu que as pressões de Trump não terão peso na decisão a ser tomada sobre Hillary, apesar de o presidente ter ameaçado demiti-lo depois de ele se afastar das investigações sobre o conluio da campanha republicana e a Rússia nas eleições de 2016.

"Não fui influenciado indevidamente e não serei indevidamente influenciado", destacou Sessions.

Além disso, em resposta a perguntas de congressistas democratas, o procurador garantiu que não ajudará Trump a promover represálias contra seus inimigos políticos. "Seria incorreto", disse.

O titular do Departamento de Justiça explicou que a decisão de indicar um promotor especial precisa cumprir uma série de requisitos, algo que ainda não ocorreu em relação a Hillary.

"Cada um pode ter suas ideias, mas às vezes temos que estudar mais quais os fatos e avaliar se eles cumprem com os padrões requeridos", disse Sessions.

As declarações do procurador-geral foram interpretadas pela imprensa como uma tentativa de Sessions de atender as vozes mais radicais que pedem uma investigação contra Hillary.

O Departamento de Justiça já designou em maio um promotor especial para investigar a interferência russa nas eleições de 2016 e as relações com a campanha de Trump.

Veículos da imprensa americana revelaram ontem que Sessions avalia fazer o mesmo para investigar Hillary por irregularidades na Fundação Clinton e por um controverso acordo de venda à Rússia da empresa Uranium One, aprovada pelo governo dos EUA em 2010, quando a democrata era secretária de Estado.

Os republicanos querem saber se Hillary tomou a decisão influenciada por doações estrangeiras para a Fundação Clinton.

A Uranium One, uma empresa com sede no Canadá, está no foco dos republicanos porque controlava um quinto da produção de urânio dos EUA. Por esse motivo, a oferta russa teve que passar por vários funcionários do governo, entre eles Hillary.

Em paralelo a esse processo, a Fundação Clinton recebeu milhões de dólares em doações de pessoas com interesses na Uranium One.

Durante a campanha, Trump prometeu que faria seu procurador-geral indicasse um promotor especial para investigar Hillary pelas polêmicas doações recebidas pela Fundação Clinton e pelo uso de um servidor privado de e-mail para tratar de assuntos oficiais quando ocupava o cargo de secretária de Estado.

Em janeiro, na audiência de confirmação para o cargo de procurador-geral, Sessions se comprometeu a se abster de qualquer investigação sobre Hillary por causa de sua ligação com a campanha de Trump, que também prometeu durante a campanha que prenderia a adversária nas eleições.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Hillary Clinton

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru