Toque de recolher em Serra Leoa: presidência explicou que o objetivo é localizar e isolar os contaminados que continuam se negando a procurar os hospitais para receber tratamento (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2015 às 10h37.
Monróvia - O governo de Serra Leoa deu início nesta sexta-feira a um novo toque de recolher que obrigará os cidadãos a permanecer em casa durante três dias, medida que pretende conter a transmissão do vírus do ebola, que já matou a cerca de 3.700 pessoas no país.
Esta é a segunda ação deste tipo que o Estado impõe desde setembro do ano passado, apesar de as principais organizações de saúde do país advertirem que se trata de uma medida com pouca eficácia.
Em comunicado na emissora pública de rádio, a presidência explicou que o objetivo é localizar e isolar os contaminados que continuam se negando a procurar os hospitais para receber tratamento.
O toque de recolher, que começou já durante a madrugada e que atinge seis milhões de pessoas, está acontecendo sem problemas graças à cooperação da população, conforme informou a emissora estatal.
"Nos preparamos para outros três dias de penúria como os de setembro", disse à Agência Efe James Hardy, um estudante, de 24 anos, que revelou que a medida afeta muito às pessoas que devem trabalhar diariamente e não estão com qualquer problema.
Assim como na ocasião anterior, funcionários e voluntários do Ministério da Saúde visitarão casa por casa entregando sabão em barra e informando sobre como prevenir a doença. Desta vez, as visitas serão centradas na capital, Freetown, e no norte do país, as duas regiões mais afetadas pelo vírus.
"O governo e sua equipe têm a esperança de que os casos que ainda não foram notificados ou registrados apareçam durante esses dias", disse o diretor do Centro Nacional de Resposta ao Ebola, Alfred Palo Conteh.
Conforme o último relatório divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Serra Leoa registrou, até o momento, 11.751 casos de ebola, o que o transforma no país com mais contágios do vírus. Apesar do apoio internacional, o país ainda tem grandes dificuldades para conter o vírus.