Serra questionou se a redução não passa de "espuma", enquanto em nota Mantega ironizou (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Rio de Janeiro - O pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) e o ministro da Fazenda, Gudo Mantega, travaram um debate pela imprensa nesta sexta-feira em torno do corte de 10 bilhões de reais no Orçamento anunciado na véspera.
Serra questionou se a redução não passa de "espuma", enquanto em nota Mantega ironizou ao afirmar que "nós não costumamos cortar espuma, nem fazer onda".
"Eu não posso comentar, se eu não sei o que vão cortar. Temos que ver onde vão cortar para poder analisar. Precisa ver se é corte de verdade ou espuma", disse Serra em entrevista no Rio de Janeiro.
Os ministros da área econômica anunciaram na quinta-feira corte de 10 bilhões de reais do Orçamento deste ano com o objetivo de esfriar a economia brasileira. Em março, o governo já havia anunciado contingenciamento de 21,8 bilhões de reais.
"O ex-governador de São Paulo, José Serra, pode ficar tranquilo. A redução adicional de gastos de custeio de 10 bilhões de reais é para valer e para atenuar a demanda pública, num momento em que a economia está aquecida", reagiu Mantega em nota enviada à imprensa.
Segundo o ministro, o corte faz parte de um movimento anticíclico semelhante ao realizado em 2008, quando foi criado o Fundo Soberano e houve uma poupança de 14 bilhões de reais.
Mantega reiterou que os detalhes da redução de gastos serão informados até 31 de maio e ainda alfinetou Serra afirmando que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), do qual ele foi ministro, não realizava superávits primários.
"O ex-governador de São Paulo deveria estar feliz por nosso governo estar fazendo superávit primário há sete anos e meio seguidos, ao contrário do governo anterior, do qual ele foi ministro do Planejamento, quando não se fez nenhum superávit primário", disse na nota.
Reformas
Serra afirmou ainda que suas primeiras iniciativas caso seja eleito serão as reformas política e administrativa.
"A reforma administrativa não precisa de lei. A política, vou começar por ela", disse em entrevista à rádio Tupi, sem fornecer detalhes.
Quanto à reforma administrativa, afirmou que o governo brasileiro precisa gastar melhor de forma a obter mais recursos para investimento e menos para o custeio da máquina.
"O governo tem que gastar menos com a máquina e mais com o povo. Vou de cara fazer a reforma administrativa", prometeu.
Serra lembrou que, em 2005, encontrou a prefeitura São Paulo "quebrada" e a deixou "tinindo" em um ano. "Tem que saber gastar bem. Não se pode demorar muito com os contratos em cima da mesa, não pode ficar ensebando", disse o ex-prefeito da capital paulista e ex-governador do Estado.
Quando assumiu a prefeitura, administrada pelo PT, Serra renegociou com fornecedores.