Polícia chinesa anda em veículos blindados durante uma cerimônia de demonstração de força em Urumqi (Mark Ralston/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2014 às 07h01.
Pequim - Pelo menos 31 pessoas morreram nesta quinta-feira e outras 90 ficaram feridas após uma série de explosões em um mercado da cidade de Urumqi, capital da região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, informou a agência oficial 'Xinhua'.
O incidente ocorreu às 7h50 locais (20h50 de Brasília da quarta-feira), quando dois veículos atropelaram várias pessoas que estavam no mercado e seus ocupantes lançaram vários explosivos na rua.
Os dois veículos também explodiram e foram posteriormente retirados pelas forças de segurança, segundo a 'Xinhua'.
A polícia isolou a área e os feridos foram transferidos para um hospital próximo.
O Ministério da Segurança Pública do país descreveu o ataque como 'um incidente terrorista' e o chefe de segurança interna da China, Meng Jianzhu, garantiu que o país 'destruirá a arrogância dos terroristas violentos', segundo o jornal 'South China Morning Post'.
O ministro da Segurança Pública, Guo Shengkun, está a caminho de Urumqi para supervisionar as investigações do ataque, informou a 'Rádio Nacional da China'.
Os internautas publicaram fotografias do incidente nas redes sociais mostrando vários feridos no chão e pessoas ajudando os atingidos.
Outras mostram uma densa coluna de fumaça por trás de um bloco de edifícios e um incêndio na rua do mercado.
A região de Xinjiang é cenário frequente de enfrentamentos entre as autoridades e grupos extremistas, muitos deles dirigidos por membros da etnia uigur (uma das majoritárias do local) que reivindicam a independência dessa região com o nome de 'Turquestão Oriental'.
No dia 30 de abril, um ataque com facas em uma estação de trem da mesma cidade causou a morte de três pessoas, entre elas dois dos responsáveis pelo incidente, e também deixou 79 feridos.
Outro atentado parecido aconteceu no dia 1º de março, quando 33 pessoas morreram (entre elas quatro dos responsáveis pelo ataque) e mais de 140 ficaram feridas na estação ferroviária de Kunming, no sul da China.
A província de Xinjiang, situada na fronteira com Afeganistão e Paquistão, é povoada por várias etnias muçulmanas ligadas aos povos da Ásia Central, como os uigures e, segundo o governo chinês, nela operam grupos terroristas ligados à Al Qaeda.
No entanto, grupos uigures no exílio acusam Pequim de usar o terrorismo como desculpa para reprimir a religião e a cultura de seu povo.