O iraniano Man Haron Monis era acusado de dezenas de crimes na Austrália. Estava ainda sob investigação pelo envolvimento no assassinato de sua ex-mulher (Divulgação/Sheikhharon.com)
Gabriela Ruic
Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 10h51.
São Paulo – O sequestro de um grupo de pessoas em um café em Sydney (Austrália) por um homem armado teve um triste desfecho no início da tarde desta segunda-feira.
Depois de 16 horas de tentativas de negociação, a polícia australiana decidiu por invadir o local. Durante o conflito com o sequestrador, que morreu no local, revelou a CNN, dois reféns foram mortos, enquanto que três estão feridos e em estado grave.
Enquanto no controle do Lindt Chocolate Café, o sequestrador identificado como Man Haron Monis teria feito duas exigências: receber uma bandeira do Estado Islâmico e conversar com o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott.
Nenhuma delas foi atentida e, com a ação dentro do café, a polícia considerou o incidente como encerrado no Twitter.
"Sheik Haron"
Com 50 anos de idade, o iraniano vivia na Austrália desde 1996. Autoproclamado “Sheik Haron”, Monis era um velho conhecido das autoridades australianas e o sequestro não foi a primeira vez que ele chamou a atenção no país.
De acordo com a BBC, ele enfrentava mais de 40 acusações que variavam desde abuso sexual até atos de agressão. Era também acusado de ter participado do assassinato de sua ex-mulher e havia sido libertado da prisão após o pagamento de fiança.
Além de ser suspeito nestes crimes, o iraniano foi o responsável por outro episódio desagradável que envolveu os familiares de soldados australianos mortos em combates contra o Taleban no Afeganistão.
Segundo a rede de televisão 7 News, Monis escreveu cartas para estas famílias nas quais chamava os militares de nazistas e os comparava a porcos.
Em seus perfis nas redes sociais, todos já fora do ar, conforme informou o jornal britânico The Independent, ele alegava que todas as acusações contra ele eram fabricadas e frutos de uma perseguição política.
Em seu site oficial, publicava imagens de crianças mortas e bradava contra a “opressão e terrorismo” dos Estados Unidos e seus aliados. Entre eles, a Austrália.