Ariel Castro, 53, escuta a sua sentença em um tribunal de Cleveland, Ohio (Aaron Josefczyk)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 21h22.
Cleveland - Um ex-motorista de ônibus escolar que manteve três mulheres em cativeiro durante anos em Cleveland, nos Estados Unidos, declarou-se culpado de centenas de acusações de sequestro e estupro, nesta sexta-feira, o que o fez se livrar da pena de morte, mas não da prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional.
Em uma audiência no tribunal, os promotores de Ohio concordaram em não pedir a pena de morte para Ariel Castro. Segundo o acordo, ele não será julgado, poupando as mulheres do trauma de testemunhar sobre como foram abusadas por Castro durante cerca de uma década.
As mulheres desapareceram sem deixar vestígios, entre 2002 e 2004, no mesmo bairro onde Castro morava, e foram resgatadas em 6 de maio deste ano, 11 anos após a primeira delas ter desaparecido.
Na audiência desta sexta-feira, Castro, vestido com um macacão prisional laranja, usando óculos e com barba cerrada, falou pela primeira vez em detalhes sobre suas ações. Ele disse que tinha sido vítima de abuso quando criança e lutado contra uma obsessão sexual.
"Meu vício em pornografia e meu problema sexual realmente tomaram conta da minha mente", disse Castro, de 53 anos, ao juiz. "Eu também fui vítima quando criança e isso apenas continuou acontecendo." Castro não disse que estava arrependido ou expressou remorso por suas ações durante a audiência. Ninguém da família de Castro ou as vítimas compareceram à sessão.
"Ele é uma fraude e um covarde", disse o promotor do Condado Cuyahoga, Tim McGinty, a repórteres após a audiência. "Não se deixem enganar. Ele é um manipulador e não tem nenhum remorso." McGinty disse que a casa onde as mulheres ficaram confinadas será derrubada usando dinheiro de Castro apreendido pelas autoridades.
As vítimas disseram após a audiência que ficaram aliviadas de que Castro vai ficar atrás das grades pelo resto da vida, acrescentando o desejo de manter a sua privacidade.
"Amanda, Gina e Michelle estão aliviadas com o acordo de hoje", disseram em comunicado divulgado pelo escritório de advocacia Jones Day. "Elas estão satisfeitas com esta resolução para o caso."