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Senadores dos EUA culpam príncipe saudita por morte de Khashoggi

"Você tem que ser voluntariamente cego para não chegar a (essa) conclusão", disse senador republicano

Mohammed bin Salman: príncipe é apontado como responsável pela morte de repórter (Sergio Moraes/Reuters)

Mohammed bin Salman: príncipe é apontado como responsável pela morte de repórter (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 20h36.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 20h38.

Washington - Importantes senadores dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira, 4, que estavam mais convictos do que nunca de que o príncipe saudita Mohammed bin Salman foi responsável pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, após serem informados pela CIA sobre o assunto.

"Você tem que ser voluntariamente cego para não chegar à conclusão de que isso foi orquestrado e organizado por pessoas sob o comando do MbS", disse o senador republicano Lindsey Graham a repórteres, referindo-se ao príncipe herdeiro por suas iniciais.

Em sua tentativa de pressionar o governo Trump a condenar o príncipe herdeiro, Graham afirmou que pode não haver uma "arma fumegante", mas que havia uma "serra fumegante", uma referência a uma serra de ossos que os investigadores disseram ter sido usada para cortar o corpo de Khashoggi.

Com algumas de suas acusações mais fortes até agora, tanto republicanos quanto democratas disseram que ainda querem aprovar uma legislação para enviar uma mensagem à Arábia Saudita de que os Estados Unidos condenam a morte de Khashoggi. E eles pediram ao próprio presidente Donald Trump para condenar fortemente o assassinato depois que ele ficou ao lado do príncipe herdeiro.

"Se o príncipe herdeiro fosse diante de um júri, ele seria condenado em 30 minutos", disse o senador Bob Corker, presidente republicano do Comitê de Relações Exteriores do Senado. Perguntado se ele seria condenado por assassinato, Corker respondeu: "Sim".

Os senadores conversaram com repórteres enquanto deixavam uma reunião a portas fechadas de alguns líderes do Senado com a diretora da Agência Central de Inteligência, Gina Haspel. "Os pontos de vista que eu tinha antes só se solidificaram", disse o senador Bob Menendez, o principal democrata no Comitê de Relações Exteriores.

Na semana passada, 14 republicanos, que têm uma pequena maioria no Senado e raramente rompem com Trump, desafiaram seus desejos e votaram com os democratas para adiantar uma medida que acabaria com o apoio dos EUA ao esforço de guerra liderado pelos sauditas no Iêmen.

A votação incomum ocorreu pouco depois de um briefing feito pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo secretário de Defesa, Jim Mattis, que conclamaram os parlamentares a não fazerem nada para minar o relacionamento entre EUA e Arábia Saudita.

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