O presidente americano, Barack Obama, em entrevista coletiva na Casa Branca (Larry Downing)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2014 às 21h36.
Washington - Seis senadores republicanos ameaçaram nesta quarta-feira usar "todos os meios necessários" para forçar o Senado a atuar contra os planos sobre imigração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prometeu adotar medidas executivas antes do final do ano.
Em carta enviada hoje ao até agora líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, os senadores republicanos pediram que trabalhe com eles para frear Obama e advertiram das "consequências" se não fizer nada.
"Escrevemos para expressar nosso alarme sobre o presidente Obama ter anunciado sua intenção de tomar medidas unilaterais antes do fim do ano para "anistiar" imigrantes que entraram em nosso país ilegalmente", assinalou a carta.
"Como líder da maioria do Senado, tem a responsabilidade de não representar só os cidadãos de seu estado, mas também de proteger a Constituição pondo em prática o sistema de separação de poderes prevista em nossa Constituição", acrescentaram os senadores.
Em várias ocasiões, os republicanos criticaram o uso que Obama fez das ordens executivas para colocar em vigor iniciativas estagnadas na Câmara dos Representantes, onde agora os republicanos aumentaram seu controle.
"Se o senhor se negar a defender o Senado e a Constituição dos excessos do executivo, os senadores signatários utilizarão todas as medidas processuais necessárias", ameaçou o senador do Texas Ted Cruz.
Os republicanos prometem tomar medidas, sem dizer quais, durante as "sessões do pato coxo" ("lame-duck session"), termo que se refere ao hiato entre a eleição dos novos deputados e senadores e sua posse.
Esse período começa agora e, nele, está previsto que o Capitólio aprove algumas despesas, que os republicanos poderiam bloquear para pressionar Obama e evitar que ele realmente assine sua ação executiva.
Além de Cruz, a carta também foi assinada pelos senadores Mike Crapo (Idaho), Mike Lee (Utah), Pat Roberts (Kansas), Jeff Sessions (Alabama), e David Vitter (Louisiana).
Obama reiterou hoje sua intenção de empreender ações executivas para melhorar o sistema de imigração do país.
O presidente advertiu os republicanos que não devem interpretar estas ações como um ataque, mas como "um incentivo para que tentem fazer algo" em relação à reforma migratória.
E prometeu que essas medidas ficarão sem validade se o Congresso aprovar uma reforma migratória que conte com seu apoio.