Mundo

Senado dos EUA vota na terça polêmico programa da NSA

O Senado americano prevê votar amanhã o projeto que permite prosseguir com a coleta de dados de telefonemas pela NSA


	Vista aérea da sede da NSA: a NSA interrompeu a coleta de dados a partir das 04H01 GMT (01H01 Brasília) desta segunda-feira, após lei expirar
 (Saul Loeb/AFP)

Vista aérea da sede da NSA: a NSA interrompeu a coleta de dados a partir das 04H01 GMT (01H01 Brasília) desta segunda-feira, após lei expirar (Saul Loeb/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2015 às 21h41.

Washington - O Senado dos Estados Unidos prevê votar na terça-feira o projeto de lei que permite prosseguir com a coleta de dados de telefonemas por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA), anunciou nesta segunda o líder da maioria republicana, Mitch McConnell.

A NSA interrompeu a coleta de dados - hora, duração, número e chamadas - a partir das 04H01 GMT (01H01 Brasília) desta segunda-feira, após expirar o "Patriot Act", a lei antiterrorista que previa este dispositivo de segurança.

"Temos que trabalhar para consertar isto", disse McConnell.

O projeto de lei analisado pelo Senado permite restabelecer a coleta legal de dados telefônicos durante seis meses, com a responsabilidade de armazenar estes dados passando às operadoras de telefonia.

A reforma, chamada de "Freedom Act", já foi aprovada pela Câmara de Representantes, com republicanos e democratas unidos no desejo de controlar a coleta de dados por parte da NSA envolvendo os telefonemas de milhões de cidadãos americanos sem qualquer envolvimento com o terrorismo.

Manter a segurança

O chefe da CIA, John Brennan, advertiu no domingo que permitir o vencimento dos programas de vigilância incluídos na Lei Patriótica (Patriot Act) poderia implicar em um aumento das ameaças terroristas.

"Isto é algo que não podemos nos permitir neste momento", disse Brennan sobre a expiração da norma.

"Porque se olharmos para os horrendos ataques terroristas e a violência que têm lugar hoje no mundo, precisamos manter a segurança no nosso país e nossos oceanos não nos mantêm mais seguros da forma como faziam um século atrás", afirmou ao canal CBS.

O presidente Barack Obama exigiu que o Senado vote "rapidamente" a reforma do programa de coleta de dados de ligações telefônicas da NSA, e advertiu contra as consequências de não fazê-lo.

"Não quero que (...) enfrentemos uma situação em que teríamos podido impedir um ataque terrorista ou deter alguém perigoso e não o tenhamos feito simplesmente devido a uma inação do Senado", disse.

"A partir desta noite, os funcionários da NSA que consultavam a base de dados (sobre as ligações telefônica) não poderão mais fazê-lo, e isto graças ao senador Rand Paul", afirmou à AFP em tom furioso o senador Richard Burr, presidente da Comissão de Inteligência do Senado americano.

A Casa Branca já havia alertado durante a semana que todos os servidores da NSA que coletavam metadados das comunicações telefônicas dos americanos deixariam de funcionar às 00H01, caso o Senado não prorrogasse a autorização.

Texto atualizado às 21h41
Acompanhe tudo sobre:EspionagemEstados Unidos (EUA)NSAPaíses ricos

Mais de Mundo

Trump avalia adiar proibição do TikTok por 90 dias após assumir presidência dos EUA

Rússia admite ter atingido alvos em Kiev em retaliação aos ataques de Belgorod

Mídia americana se organiza para o retorno 'vingativo' de Trump

'Vários feridos' em acidente com teleférico em estação de esqui na Espanha