EUA: "A legislação já salvou incontáveis vidas", afirmou o presidente da Câmara (f8grapher/Thinkstock)
EFE
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 17h48.
Washington - O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira a renovação por seis anos da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA, na sigla em inglês), que permite obter informações digitais de estrangeiros.
Com 65 votos a favor e 34 contrários, o Senado autorizou a extensão do programa, que agora precisa ser sancionada pelo presidente do país, Donald Trump, até amanhã.
A votação foi marcada por surpreendentes mensagens do presidente no Twitter. Em um primeiro momento, Trump pareceu discordar da lei ao afirmar que ela pode ter sido utilizada com más intenções para espionar sua campanha presidencial em 2016.
Pouco depois, afirmou que os EUA precisavam do programa para conter "maus estrangeiros" no exterior.
A votação era relativa à seção 702 da Fisa, que autoriza a Agência Nacional de Segurança (NSA) a colher dados, sem a necessidade de autorização judicial, das comunicações digitais de estrangeiros que estão fora do país, incluindo as realizadas com cidadãos americanos.
O presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, afirmou hoje que a aprovação é uma "vitória na luta contra o terrorismo" e alegou que por esse motivo a legislação autoriza os serviços de inteligência terem as ferramentas necessárias para identificar terroristas estrangeiros.
"A legislação já salvou incontáveis vidas", afirmou.
As revelações feita sobre o ex-funcionário da NSA Edward Snowden em 2013 colocou o direito à privacidade no centro das discussões.
O programa da NSA foi criticado por diversas associações defensoras dos direitos civis e causou uma série de problemas diplomáticos para a Casa Branca.
Snowden disse no Twitter que a renovação da lei autorizaria a Casa Branca a continuar monitorando "ilegal e inconstitucionalmente" as comunicações domésticas durante os próximos seis anos, pedindo à população que protestasse contra o Congresso em defesa da quarta emenda, que protege o direito à privacidade.