Entre 30 mil a 40 mil turistas visitam a Antártica a cada ano (Ola Mathismoen/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2012 às 11h31.
Washington - Sementes levadas inadvertidamente para a Antártica por turistas e cientistas ameaçam o ecossistema frágil do continente mais isolado do planeta, segundo um estudo internacional publicado nos Estados Unidos.
O aquecimento global deve agravar este fenômeno, de acordo com um modelo baseado em diferentes possibilidades de evolução do clima até 2100 desenvolvido pelo Grupo Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Entre 30 mil a 40 mil turistas visitam a Antártica a cada ano.
Mais de 2.600 sementes e fragmentos vegetais capazes de disseminar espécimes foram encontrados nos pertences de 853 voluntários, que se prestaram a um exame minucioso de suas coisas pessoais (roupas, mochilas e equipamentos) a fim de terminar o número de sementes levados e as espécies vegetais concernidas.
Aproximadamente 43% destas sementes foram identificadas. A metade já está adaptada a um meio ambiente frio e podem suportar as baixas temperaturas das regiões mais visitadas da Antártica.
Os autores da pesquisa constataram que os visitantes transportavam em média cerca de 10 sementes cada, várias espécies invasoras já nasceram no oeste da Península Antártica.
É nesta região que as futuras mudanças climáticas são mais susceptíveis de facilitar a colonização de novas espécies, originárias de regiões mais temperadas, segundo esta equipe de cientistas de nove países, cujo estudo foi publicado nos Anais da Academia Nacional Americana de Ciências (PNAS) dos dias 5 a 9 de arço.
Os turistas transportam menos sementes (10%) que os cientistas que trabalham nas bases, 40 a 50% do total, de acordo com os pesquisadores.