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Sem surpresas, China define nova cúpula partidária

Vice-presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Li Keqiang foram eleitos para o comitê ao final do congresso partidário quinquenal, conforme já era previsto


	Vice-presidente chinês Xi Jinping: mudanças na liderança foram definidas de antemão pelos anciões do partido e por líderes prestes a se aposentarem
 (Xinhua/Li Xueren/Reuters)

Vice-presidente chinês Xi Jinping: mudanças na liderança foram definidas de antemão pelos anciões do partido e por líderes prestes a se aposentarem (Xinhua/Li Xueren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 08h29.

Pequim - O futuro presidente e o futuro premiê da China iniciaram nesta quarta-feira a ascensão cuidadosamente roteirizada até o escalão superior do poder, ao serem promovidos ao comitê central do Partido Comunista.

A agência de notícias Xinhua confirmou que o vice-presidente Xi Jinping e o vice-primeiro-ministro Li Keqiang foram eleitos para o comitê ao final do congresso partidário quinquenal, conforme já era amplamente previsto.

"O congresso elegeu um novo comitê central do partido e substituiu os líderes mais antigos por outros mais jovens", disse o presidente Hu Jintao, que vai deixar o cargo, na cerimônia de encerramento do congresso.

As mudanças na liderança foram definidas de antemão pelos anciões do partido e por líderes prestes a se aposentarem, preocupados em preservar seu poder político e proteger interesses familiares.

Definida a lista, ela é submetida à aprovação dos 2.270 delegados partidários -- uma mistura de operários-padrão, executivos de empresas, militares e minorias étnicas em trajes típicos, todos leais ao PC.

O novo comitê central tem 205 membros plenos, e cerca de 170 suplentes. Esse comitê central irá, por sua vez, eleger na quinta-feira um Politburo com cerca de 25 integrantes, e um Comitê Permanente do Politburo, o círculo máximo de poder, que possivelmente será reduzido dos atuais nove para sete integrantes.

Em março, quando o Parlamento se reunir para sua sessão anual, Xi deve ser eleito presidente do país, sucedendo a Hu Jintao. Será então a segunda sucessão ordeira no regime comunista chinês desde sua ascensão, em 1949.

Xi e Li já têm presença assegurada no Comitê Permanente. Wang Qishan, guru financeiro recém-eleito para o Comitê Central de Inspeção Disciplinar, também deve ganhar lugar no Comitê Permanente, como encarregado do combate à corrupção.

Uma questão pendente será respondida na quinta-feira: se Hu continuará exercendo algum poder, caso preserve o cargo de presidente da Comissão Militar Central, órgão decisório das Forças Armadas.

O antecessor de Hu, Jiang Zemin, só entregou esse cargo dois anos depois de transferir o comando do partido a Hu, em 2002.

Todos os outros oito funcionários cotados para o Comitê Permanente conseguiram vaga no Comitê Central. A composição final do Comitê Permanente só será anunciada quando os líderes aparecerem em uma breve cerimônia na quinta-feira no Grande Salão do Povo, em Pequim.

Mais do que qualquer slogan, a composição dos órgãos de elite do partido pode prenunciar a direção política e econômica do país nos próximos anos - mais conservadora ou mais reformista -, quanta influência Hu irá reter e, olhando uma década para frente, quem poderão ser os futuros líderes da China.

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