Mundo

Sem Mugabe, futuro do Zimbábue é incerto

ÀS SETE – Com a destituição do chefe de Estado mais antigo do mundo, restam dúvidas sobre o futuro político do país, que passa por uma grave crise econômica

ROBERT MUGABE: o presidente destituído deixa o Zimbábue com 72% da população abaixo da linha da miséria  / Mike Hutchings/File Photo/ Reuters

ROBERT MUGABE: o presidente destituído deixa o Zimbábue com 72% da população abaixo da linha da miséria / Mike Hutchings/File Photo/ Reuters

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2017 às 06h36.

Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 08h32.

A nova incógnita da política internacional é o Zimbábue, onde o chefe de estado mais antigo do mundo, Robert Mugabe, de 93 anos, foi destituído do poder pelo exército. O movimento militar aconteceu na madrugada de quarta-feira, e hoje ainda restam dúvidas de qual o futuro político do país, que passa por uma severa crise econômica.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Os militares tomaram prédios e órgãos públicos na capital , além da rede de TV estatal ZBC, onde o general Sibusiso Moyo anunciou que a tomada de poder “não se trata de um golpe de Estado”. “O que as Forças de Defesa do Zimbábue estão fazendo é pacificar uma situação social, econômica e política que está acontecendo no nosso país”, disse Moyo em um pronunciamento. Ele também afirmou que Mugabe está vivo e seguro, preso em sua residência.

Ainda é incerto saber se os militares estão trabalhando com agentes políticos, ou com quem. Como não foi instituído um general no poder, estima-se que um líder político tome controle do país nos próximos dias. Há informações de que o vice-presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, que foi retirado do poder na semana passada, esteja retornando e assuma o comando do país. Ele havia sido destituído depois de brigas políticas com aliados da primeira dama, Grace Mugabe. Mugabe estava há dois anos encampando a carreira política de Grace, um movimento que desagradava líderes e políticos antigos do Zimbábue, que esperavam pela sucessão há décadas. Segundo o britânico The Guardian é esperado que Mugabe renuncie oficialmente amanhã e que Grace tenha fugido do país e ido para a Namíbia.

Mugabe é acusado pela Anistia Internacional de reprimir a liberdade de expressão, de prisões arbitrárias de civis e ativitas e também de promover execuções extra-judiciais, além de fomentar a violência entre grupos políticos. Sua saída sob as atuais circunstâncias deixa pouca margem para interpretar se um próximo governo poderá ser melhor.

O PIB do país é de 1.000 dólares per capita, quase um décimo do brasileiro. Mugabe também promoveu amplo controle de preços e impressão de papel moeda, o que gerou uma das piores inflações do mundo. As últimas estimativas, ainda de 2011, apontavam que 72,3% da população vivia abaixo da linha da miséria.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojePolíticaZimbábue

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA