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Seleção impulsiona o patriotismo light no retorno a Berlim

A seleção alemã gerou uma onda do novo patriotismo light no país com o retorno da delegação campeã da Copa do Mundo a Berlim


	Torcedores alemães: jogadores da equipe foram recebidos com muita festa
 (REUTERS/Thomas Peter)

Torcedores alemães: jogadores da equipe foram recebidos com muita festa (REUTERS/Thomas Peter)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 13h00.

Berlim - A seleção alemã gerou nesta terça-feira uma onda do novo "patriotismo light" no país com o retorno da delegação campeã da Copa do Mundo a Berlim, cidade que recebeu os jogadores com imensa festa.

Os jogadores da equipe foram recebidos aos gritos de "Fussballgott" ("Deuses do futebol"), por cerca de 400 mil torcedores concentrados no Portão de Brandemburgo.

"Sem vocês não estaríamos aqui. Todos somos campeões do mundo", enalteceu Löw, reponsável por dirigir o elenco que não se resume a um ou vários astros, mas sim pela força de toda a equipe.

Autor do único gol da final contra a Argentina, o meia-atacante Mario Götze foi um dos mais festejados da comemoração, mas a multidão também dedicou inúmeros aplausos a Miroslav Klose, que se tornou o maior artilheiro da história da Copa do Mundo, com 16 gols.

O elenco que comemorava no palco parecia refletir o retrato da Alemanha atual, integrada por pessoas de diferentes origens, fruto de distintas ondas de imigração.

Entre os jogadores que festejavam estavam Jérôme Boateng, de origem ganesa, Sami Khedira, de ascendência tunisiana, Lukas Podolski e Klose, nascidos na Polônia, Mesut Özil, filho de turcos, e Per Mertesacker, genuinamente alemão.

A comemoração contou com muitos cantos de torcida, além do já tradicional grito "Deutschland, Deutschland" ("Alemanha, Alemanha"), enquanto os jogadores acenavam do palco.

Para a multidão, não havia sob o céu berlinense nada além de uma bandeira - a alemã -, multiplicada ao infinito em meio a um mar de gente, expoente de um novo patriotismo festivo, com Lahm e os demais colegas dançando ao redor da taça conquistada.

Era a festa de um herói coletivo, de acordo com o espírito da seleção que começou a ser estabelecido quando Löw ainda era assistente de Jürgen Klinsmann, técnico do país na Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha.

O avião da Lufthansa que transportou a delegação de volta a Berlim saiu com duas horas de atraso do Rio de Janeiro devido a um problema antes de decolar. Batizado como "Fanhansa Siegerflieger" - trocadilho com as palavras vencedores e voadores -, aterrissou no aeroporto de Tegel como se fosse um comercial da companhia aérea.

Em solo alemão, os tetracampeões foram de ônibus com carroceria aberta - da Mercedes, emblema industrial alemão - ao centro da capital. Em alguns momentos do percurso o veículo não conseguia avançar por causa dos torcedores que tomavam conta das ruas.

Na Pariser Platz, a multidão que aguardava a horas sob o sol ainda teve que esperar por mais meia hora, enquanto a seleção comia salsichas e bebia cervejas na sede de um banco, patrocinador da festa organizada na capital.

Antes de subir ao palco de 30 metros de comprimento, a delegação passou por um corredor com mais salsichas e cerveja. Os jogadores pararam para aparecer em "selfies" tiradas por um torcedor que tinha chegado até o último cordão de segurança. Na multidão, a emoção tomava conta até dos mais experientes.

"Assisti o retorno da seleção ao país em todas as Copas do Mundo. Agora finalmente faço isso em minha cidade, Berlim", explicou Matthias Selig, com mais de 70 anos, que recepcionou a equipe de 1954 em Mannheim, a de 1974 em Frankfurt e a de 1990 em Bonn, capital federal do país na época que Berlim era dividida pelo Muro. 

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