Síria: três estabelecimentos atacados estão fora de serviço, enquanto dois operam parcialmente (Bassam Khabieh/Reuters)
AFP
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 17h09.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 17h20.
Seis hospitais localizados no enclave rebelde de Ghuta Oriental, perto de Damasco, foram bombardeados nas últimas 48 horas, indicou nesta terça-feira o coordenador regional do escritório de Assuntos Humanitários da ONU para a Síria.
Três estabelecimentos atacados estão fora de serviço, enquanto dois operam parcialmente.
Mais de 200 civis, incluindo quase 60 crianças, morreram desde domingo nos bombardeios do regime sírio em Ghuta, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma ampla rede de fontes na Síria.
"Na segunda-feira, cinco hospitais: o hospital de Al-Marj, o hospital de Saqba, a Maternidade de Saqba e o hospital de Al-Hayat, bem como um hospital em Duma, foram alvos de ataques. Três dos cinco hospitais ficaram fora de serviço e dois funcionam parcialmente", indicou Panos Moumtzis em um comunicado.
"Hoje, um sexto hospital foi atingido na localidade de Zamalka", acrescentou.
Esses hospitais realizam mensalmente uma média de 10.000 consultas, 1.200 grandes cirurgias, 160 partos e 550 tratamentos por traumatismo.
Moumtzis disse que estava "chocado e entristecido pelas informações de ataques horríveis contra seis hospitais de Ghuta Oriental durante as últimas 48 horas, causando mortes e feridos, e privando milhares de homens, mulheres e crianças de serviços básicos de saúde no enclave sitiado" pelas tropas de Damasco.
"Esses ataques são completamente inaceitáveis e quero recordar a todas as partes que os ataques às instalações médicas são proibidos pelo direito internacional humanitário, e tais ataques deliberados podem constituir crimes de guerra", ressaltou.
"O que está acontecendo hoje em Ghuta Oriental vai além da imaginação. O sofrimento incalculável é intolerável e as pessoas não sabem se vão continuar vivas ou se vão morrer. Este pesadelo em Ghuta Oriental deve parar e parar agora", acrescentou.
Após sete anos de conflito na Síria, "cerca de metade das instalações médicas no país estão atualmente fechadas ou funcionam parcialmente, privando milhões de sírios de cuidados capazes de salvar vidas", disse ele.