O grupo Lufthansa anunciou hoje (31) que o consórcio de seguradoras liderado pela alemã Allianz destinou 279 milhões de euros para indenizações relativas à queda do Airbus A320, da Germanwings, nos Alpes franceses, no dia 24 de março.
"Posso confirmar que 279 milhões de euros estão previstos" para cobrir os prováveis pedidos de compensação das famílias das vítimas, declarou uma porta-voz da empresa aérea alemã Lufthansa, proprietária da Germanwings, confirmando a informação divulgada pelo jornal Handelsblatt.
De acordo com o diário econômico alemão, as indenizações pagas em caso de acidente aéreo ficam aproximadamente em US$ 1 milhão por passageiro, mas a presença de norte-americanos entre as vítimas poderá levar a valores mais elevados.
O avião estava segurado em US$ 6,5 milhões, informou o Handelsblatt.
A Allianz Global Corporate & Speciality, filial da seguradora alemã Allianz, especializada na gestão de risco dos grandes grupos, é a líder do consórcio de seguradoras da transportadora de baixo custo Germanwings.
As perdas humanas no acidente, ocorrido há uma semana, do A320 da companhia nos Alpes franceses, bem como o avião destruído, serão compensadas pelas seguradoras, mesmo se o acidente foi causado deliberadamente, afirmaram na sexta-feira (27) fontes citadas pela agência de notícias francesa AFP.
A queda do avião da Germanwings, que fazia a ligação entre Barcelona (Nordeste da Espanha) e Dusseldorf (Oeste da Alemanha), deixou 150 mortos.
O copiloto do aparelho, Andreas Lubitz, ficou fechado sozinho na cabine de comando, aproveitando breve ausência do comandante, e teria causado deliberadamente a queda do avião, de acordo com os investigadores, depois de analisadas as gravações recolhidas de uma das duas caixas-pretas a bordo e a única encontrada até agora, denominada CVR (gravador de voz da cabine de comando).
-
1. Tragédias no ar
zoom_out_map
1/7 (Reuters)
São Paulo – Autoridades da
França revelaram nesta manhã que o acidente com o
Airbus A320 da Germanwings pode ter sido causado por ações de seu copiloto,
o alemão Andreas Lubitz. Ele teria trancado o piloto do lado de fora da cabine e acionado o mecanismo de descida do avião, fazendo com que se chocasse contra o solo nos Alpes franceses e matando 150 pessoas. Este episódio, contudo, não é o primeiro da história da aviação no qual um membro da tripulação age de maneira deliberada a causar a queda de uma aeronave. A
Aviation Safety Network, site que mantém registros destes incidentes, conta com uma relação de
acidentes aéreos cujas investigações revelaram terem sido causados pelos próprios pilotos ou copilotos. Confira nas imagens.
-
2. Voo 470 da Linhas Aéreas de Moçambique
zoom_out_map
2/7 (Christian Volpati/WikimediaCommons)
Em 29 de novembro de 2013, uma aeronave da Linhas Aéreas de Moçambique percorria o trajeto entre Maputo, em Moçambique, e Luanda, em Angola, quando caiu em um parque nacional na Namíbia matando 33 pessoas. De acordo com análises feitas nas caixas-pretas, o piloto Hermínio dos Santos Fernandes teve a intenção de causar acidente ao trancar o copiloto do lado de fora da cabine e acionar o piloto automático, ignorando os alertas emitidos pela aeronave. Até hoje, as razões que levaram o piloto a derrubar o avião são desconhecidas. Segundo a ASN, Fernandes havia perdido um filho cerca de um ano antes da tragédia e enfrentava problemas em seu casamento. Na imagem, um avião similar ao que se envolveu no acidente.
-
3. Voo 990 da EgyptAir
zoom_out_map
3/7 (Konstantin von Wedelstaedt/WikimediaCommons)
Em 31 de outubro de 1999, um Boeing 767 da EgyptAir caiu no oceano cerca de duas horas depois de ter decolado do aeroporto JFK em Nova York matando 217 pessoas. De acordo com a ASN, o copiloto Gameel Al-Batouti desligou o piloto automático e mergulhou o avião no mar. Análises da caixa-preta mostraram que, momentos antes, o piloto havia deixado a cabine e, ao retornar, não entendeu o que estava acontecendo. Teria então gritado com o copiloto perguntando o que ele estava fazendo. A resposta, contudo, foi apenas “eu confio em Deus”. Não se sabe ao certo o que levou Al-Batouti a realizar esta ação, mas as investigações mostraram que foi ela a causa inicial do acidente.
-
4. O voo 630 da Royal Air Maroc
zoom_out_map
4/7 (Reprodução/Facebook)
A aeronave decolou em 21 de agosto de 1994 de Agadir, no Marrocos, com destino a Casablanca. Cerca de dez minutos depois, se chocou contra uma cadeia montanhosa matando 44 pessoas. De acordo com a ASN, o piloto Younes Khayati teria deliberadamente desligado o piloto automático e direcionado a aeronave para o solo. A tese defendida por investigadores é contestada pela companhia aérea, que diz que ele não apresentava sinais de insatisfação ou frustração em sua vida. Nesta imagem de divulgação, uma aeronave da Royal Air Maroc é vista em um aeroporto.
-
5. O acidente com o ATR-42 da Air Botswana
zoom_out_map
5/7 (Louisdefune/WikimediaCommons)
O episódio aconteceu em 11 de outubro de 1999 em Gaborone, Botswana. Naquela manhã, o piloto embarcou só e decolou. Aos controladores aéreos, disse que desejava falar com várias pessoas, entre as quais o presidente do país e sua própria namorada. Depois de voar por duas horas, direcionou o avião ao solo, se chocando contra outros dois aviões que estavam na pista. Na época, ele estava afastado de suas funções por razões médicas e havia sido reprovado em testes psicológicos. Na imagem, um avião similar ao que se envolveu no acidente.
-
6. O suicídio de um piloto russo
zoom_out_map
6/7 (FlightG N Falcon/WikimediaCommons)
Em 26 de setembro de 1976, um piloto russo decolou sem permissão do aeroporto de Novosibirsk-Severny, na Rússia, e jogou a aeronave contra o prédio no qual vivia sua ex-mulher. Ao todo, 12 pessoas morreram, com exceção da mulher. Na imagem, o aeroporto de onde decolou o piloto.
-
7. Agora veja cenas da tragédia da Germanwings
zoom_out_map
7/7 (Getty Images)