Político chinês Bo Xilai comparece ao tribunal em uma corte de Jinan, na província Shandong, China, nesta foto divulgada pelo próprio tribunal (Jinan Intermediate Peoples Court/Divulgação via Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 23h17.
Pequim - O segundo dia do julgamento do ex-dirigente chinês Bo Xilai começou no Tribunal Intermediário de Jinan, que nesta sexta-feira (data local) examinará as acusações de abuso de poder e de desvio de recursos públicos, após ter analisado ontem as denúncias de corrupção.
Assim como ontem, Bo, ex-secretário geral do Partido Comunista em Chongqing, chegou ao tribunal sob forte escolta.
No primeiro dia do julgamento, Bo rejeitou as duas acusações de receptação de suborno por supostamente ter recebido dinheiro dos empresários Tang Xiaolin e Xu Ming, ambos de Dalian, onde o ex-dirigente foi prefeito.
Concretamente, Bo é acusado de ter recebido cerca de 20 milhões de iuanes (US$ 3,2 milhões) de Xu Ming, e US$ 800 mil dólares de Tang.
O ex-dirigente afirmou que tinha confessado sua culpa por essas acusações contra a sua vontade e devido a pressões durante a investigação.
Bo também desqualificou o testemunho contra si apresentado por sua esposa, Gu Kailai, que classificou como 'ridículo'.
A folha de acusações também inclui a apropriação de 5 milhões de iuanes (mais de US$ 800 mil) de fundos públicos para um projeto confidencial, e o abuso de poder entre 1999 e 2006 como prefeito e secretário-geral do Partido Comunista na cidade de Dalian e como ministro do Comércio 'para beneficiar outros'.
Entre janeiro e fevereiro de 2012, cometeu uma 'série de atos' de abuso de poder como secretário-geral do Partido Comunista da cidade de Chongqing, após ser informado das suspeitas em torno de Gu Kailai pela morte do empresário britânico Neil Heywood.
Em fevereiro de 2012, o 'braço direito' de Bo, Wang Lijun, que cumpre 15 anos de prisão por sua participação no caso, detonou o maior escândalo político na China em décadas ao buscar asilo em um consulado americano e revelar o envolvimento de Gu nessa morte, atribuída até então ao excesso de bebida.
Bo foi destituído em março e Gu, após julgamento em agosto do ano passado, foi condenada à morte, com a possibilidade de que a pena seja comutada para prisão perpétua.