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Segundo dia do Fórum Global SWU
 teve Marina Silva e Daryl Hannah

Marina Silva falou que o SWU acontece em um momento imperativo do planeta, marcado pela necessidade de equacionar a economia e a ecologia

 “Na verdade, há várias crises, a social, a econômica, a ambiental, a cultural, a política e a de valores. Portanto, é uma crise civilizatória", disse Marina (Creative Commons)

“Na verdade, há várias crises, a social, a econômica, a ambiental, a cultural, a política e a de valores. Portanto, é uma crise civilizatória", disse Marina (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2011 às 10h33.

São Paulo - No segundo dia de debates do II Fórum Global de Sustentabilidade SWU, em Paulínia (SP), a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi uma das palestrantes do painel “Oportunidades e limites do modelo de desenvolvimento sustentável”, que contou ainda com Mário Mantovani, da SOS Mata Atlântica; Karla Parra, Pnud – ONU; Darian Heyman, Cradle to Cradle; e Jason Salfi, Comet Skateboard. O fórum contou ainda com a atriz Daryl Hannah e Anne Gabriel em outro painel, que discutiu iniciativas transformadoras.

Marina Silva falou que o SWU acontece em um momento imperativo do planeta, marcado pela necessidade de equacionar a economia e a ecologia, ressaltando que vivemos em um contexto de crise e que temos de trabalhar com paradoxos. “Na verdade, há várias crises, a social, a econômica, a ambiental, a cultural, a política e a de valores. Portanto, é uma crise civilizatória”.

Mas segundo ela, a crise ambiental é a mais grave. Isso porque na crise econômica, o dinheiro para salvar o sistema financeiro “aparece rapidamente” e, na ambiental, “as pessoas andam a passos de tartaruga”. “É preciso cuidar das duas crises juntas”, disse. “A capacidade de biodiversidade do planeta está 30% comprometida, segundo estudos científicos. Por outro lado, quem destruiria 50% de seu PIB?”, questionou Marina.

Em uma exposição descontraída, Mário Mantovani, reiterou que existem apenas 7% da Mata Atlântica original. E, para conservar o pouco que restou da Mata e de outros biomas, é preciso engajamento da sociedade civil por meio da comunicação digital, das ferramentas tecnológicas que multiplicam o debate.

Os demais palestrantes enfatizaram a conscientização e a importância de sermos mais efetivos nas ações. “Temos de mudar a maneira de pensar sobre a produção e o consumo”, frisou Darian Heyman, autor do livro “Cradle to Cradle (Do berço ao berço)”. Jason Salfi, que utiliza materiais ecológicos na confecção de skates, completou: “Se não pensarmos em uma mudança efetiva iremos do berço para a tumba”.


Vera Camara destacou que mesmo diante de um problema é preciso pensar positivamente para conseguir mudanças e realizações. Karla Parra, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), lembrou da Eco 92 para dizer o que espera da Rio+20, que será realizada em 2012. “Espero que na realização da Rio+20 possamos reverter a agenda para um Brasil menos quantitativo e mais qualitativo e sustentável.” Ela completou dizendo que a sociedade já começou a entender que a agenda sustentável faz parte do negócio. Ela conclamou que todas as instituições do setor privado, entidades e iniciativas dedicadas à sustentabilidade contribuam com sua integração nas discussões promovidas pela ONU nesta área.

No segundo painel, o cineasta M.K. Asante chamou atenção para a importância de maximizar os recursos. “Quem tem esse poder é livre. Isso é sustentabilidade.” A necessidade do uso sustentável dos recursos é a experiência de Manoel Cunha, presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros. Cunha também destacou a necessidade de repensar a forma de produzir e a de consumir.

O chileno Cristian Del Campo, à frente da ONG Um teto para meu país, destacou a importância da mobilização para o voluntariado. O trabalho da ONG tem como força o voluntariado jovem para a construção de casas para populações carentes. “Hoje trabalhamos com oito mil famílias, estendendo nossa atuação para que eles tenham, além das casas, acesso à saúde, microcrédito, educação e assistência condições de se tornar uma comunidade sustentável.” Campo convocou todos os presentes para serem voluntários e causas desse tipo.

A idealizadora da ONG The Voice Project, Anne Gabriel, filha do músico Peter Gabriel, detalhou sua atuação em Uganda, no sul do Sudão, onde famílias foram desfeitas com a guerra civil. As mulheres dessas famílias começaram um movimento para chamar de volta seus filhos por meio da música. Anne tem ajudado na recuperação dessa sociedade levando a música dessas mulheres às rádios locais. Ela também faz vídeos com essas músicas para sensibilizar a população local e conseguir que seus filhos voltem aos lares.

E a atriz Daryl Hannah, fundadora da Sustainable Biodiesel Alliance (SBA), que certifica de forma informal toda cadeia do biodiesel, se disse estar maravilhada com a beleza e diversidade do Brasil. Ele disse que, apesar da riqueza do país, é preciso estar atenta às questões que comprometem a saúde do sistema. “Recentemente eu fui presa [nos EUA por protestar contra a construção de um oleoduto], mas é preciso enfrentar algumas coisas pela justiça, pela importância de falar que queremos um mundo melhor.”

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