Mundo

Segunda metade de governo Trump começa nesta quinta-feira

Presidente americano terá que negociar mais com a oposição para aprovação de pautas, após os republicanos perderem a maioria no Congresso

Donald Trump: A má notícia, para o presidente americano, é que a segunda metade de seu governo deve ser ainda mais desafiadora

Donald Trump: A má notícia, para o presidente americano, é que a segunda metade de seu governo deve ser ainda mais desafiadora

DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 06h32.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 06h49.

A quinta-feira será o primeiro dia da segunda metade do governo de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos acompanha, pela manhã, a posse do novo ministro da Suprema Corte americana, Brett Kavanaugh. Sua escolha, cercada de polêmicas, resume bem as dificuldades dos primeiros dois anos do governo Trump, marcados por ótimos indicadores econômicos e por uma ciclo vicioso de escândalos, denúncias, demissões, mal-entendidos. A má notícia, para Trump, é que a segunda metade deve ser ainda mais desafiadora.

As eleições de meio de mandato, cujos resultados foram definidos ontem, mostram um avanço democrata no Congresso e em estados importantes do país. Com a conquista de 222 cadeiras no Congresso americano pelo partido dos democratas (contra 196 dos assentos para os republicanos), Trump terá que aprender a lidar com uma maioria opositora a suas pautas, uma vez que a Câmara passa a funcionar como um contrapeso ao poder Executivo.

Com uma maioria dos senadores de seu partido (51 contra 46 senadores democratas), Trump ainda tem uma margem de manobra para aprovar pautas como a construção do muro na fronteira com o México e uma nova política migratória para o país. Mas precisará dialogar mais com a oposição.

O que parece que não será alterada é a sua relação com a imprensa. Durante coletiva de imprensa realizada ontem, Trump discutiu com o repórter da CCN Jim Acosta, a quem chamou de “inimigo do povo” por reportar “notícias falsas”. Ele ainda afirmou que poderia, junto com os democratas, regular empresas de mídias sociais. “Acredite ou não, eu realmente gosto da livre expressão. Muitas pessoas não entendem isso, mas eu sou um grande adepto. E quando você começa a regular, muitas coisas ruins podem acontecer”, disse Trump.

Uma dúvida é como fica a política externa. Um encontro entre o secretário de Estado Mike Pompeo e uma delegação da Coreia do Norte estava marcado para esta quinta, mas foi cancelado. O encontro será remarcado, e terá como principal objetivo cumprir os compromissos estipulados com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. “Estamos muito felizes sobre como está indo com a Coreia do Norte. Nós achamos que está indo bem. Não temos pressa”, disse Trump durante uma coletiva de imprensa. Outro importante e polêmico encontro está marcado para o domingo (11), entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin. Confirmada pelo próprio governo russo, a conversa acontecerá em Paris.

Sem se preocupar com o impacto negativo de suas afirmações ou de seus encontros e programas, Trump já mira a sua reeleição. Segundo ele, o vice-presidente Mike Pence será seu companheiro de chapa novamente na eleição presidencial de 2020. Com Trump no poder, o certo é que notícia não faltará até 2022.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)Exame HojePartido Democrata (EUA)Partido Republicano (EUA)

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica