Líder opositor venezuelano Leopoldo Lopez é visto durante protesto: seguidores de López estão concentrados de maneira pacífica no local (Jorge Silva/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 14h36.
Caracas - Cerca de 100 seguidores do opositor Leopoldo López se mantêm desde o começo do dia aguardando na porta do Palácio de Justiça de Caracas a chegada do dirigente do Partido Vontade Popular, que deve se apresentar perante o tribunal.
Os seguidores de López estão concentrados de maneira pacífica no local, levando cartazes com palavras de ordem como "a luta de Leopoldo é a luta de todos" e "Leopoldo, a Venezuela está contigo, sua luta é a nossa luta".
Uma fonte do partido indicou à Agência Efe que está previsto que López seja apresentado por volta das 12h local (13h30, em Brasília) perante o Tribunal 16 de Controle de Caracas, da juíza Dalenys Tovar.
López, que se entregou ontem às autoridades devido à ordem de captura que pesava contra si por sua suposta responsabilidade nos incidentes do dia 12, passou a noite no internado militar de Ramo Verde, nos arredores da capital venezuelana.
Após se entregar, depois de algum tempo López chegou em um veículo conduzido pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, à sede judicial, passou por um exame médico e teve a acusação da ordem de apreensão ratificada.
Entre estas acusações, enumeradas em uma ordem de apreensão ditada pelo próprio tribunal na noite do dia 12, figuram as de homicídio e terrorismo.
O Governo acusa López dos enfrentamentos que ocorreram há uma semana ao término de uma manifestação pacífica estudantil e opositora que terminou com três mortos e dezenas de feridos.
López se entregou ontem após liderar um grande ato em uma praça de Caracas perante milhares de seguidores, aos quais assegurou que será julgado por uma "justiça injusta" e "corrupta", em um país onde "não há separação de poderes", mas que seu encarceramento servia para "despertar" a Venezuela.
Maduro, que assegurou que seu Governo está protegendo López de supostos ataques da extrema direita que quer matá-lo para gerar uma guerra, disse posteriormente que o dirigente opositor deve responder perante a Justiça por "seus chamados à revolta" e "ao desconhecimento da Constituição".
López e outros dirigentes opositores como María Corina Machado e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, chamaram os venezuelanos para sair às ruas para pôr fim ao Governo de Maduro de maneira pacífica.