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Secretário-geral da Otan elogia fala de Trump sobre novas sanções à Rússia

No Fórum Econômico Mundial, Mark Rutte afirmou que as novas sanções podem ajudar a encerrar a guerra da Ucrânia

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 09h12.

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, elogiou as falas do presidente norte-americano Donald Trump de que a Rússia enfrentará mais tarifas e sanções se não encerrar a guerra na Ucrânia. 

Em entrevista à CNBC nesta quinta-feira, 23, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o secretário disse que a economia russa está indo mal e que as sanções podem ajudar a encerrar o conflito. Ele afirmou também que espera que a Europa “assuma a responsabilidade” e ajude a sufocar a economia da Rússia.

O secretário da Otan aproveitou o Fórum para pedir publicamente que os EUA continuem fornecendo ajuda à Ucrânia. "Se o novo governo Trump estiver disposto a continuar fornecendo suprimentos à Ucrânia, a conta será paga pelos europeus, estou absolutamente convencido disso", disse. 

O comentário do secretário foi feito dias após Trump dizer que a União Europeia deveria fazer mais para apoiar a Ucrânia.

“Trump está certo, a Ucrânia está mais próxima da Europa, mas ele também está certo ao afirmar que se trata de um conflito geopolítico, por isso tenho certeza de que os EUA querem que isso termine com um bom acordo”, acrescentou Rutte.

Trump tem dito que a guerra não teria começado se ele fosse presidente e, após ser eleito, afirmou que poderia terminar o conflito “em 24 horas”. As falas do presidente americano despertaram um medo na Europa de que a Ucrânia, fragilizada após quase 3 anos da invasão russa, pudesse ser forçada a aceitar um acordo de paz ruim. 

Sobre esse tema, Rutte disse que qualquer acordo de paz teria que ser “sustentável”. Caso contrário, a Rússia e seus aliados, como China e Coreia do Norte, iriam comemorar.

“Temos que chegar a uma posição onde a Rússia nunca mais tente tomar um quilômetro quadrado da Ucrânia, então precisa ser um acordo forte”, afirmou.

Investimentos em defesa

Durante seu primeiro mandato como presidente, Trump teve uma relação conflituosa com a Otan. Em várias ocasiões, o líder americano criticou os países membros da aliança por não cumprirem a meta de investimentos anuais em defesa de pelo menos 2% do PIB.

Em coletiva recente, o republicano sinalizou que esse debate sobre gastos militares irá continuar no seu segundo mandato.

Nesta quinta-feira, o secretário-geral da Otan disse que concorda com o apelo de Trump para que haja maiores investimentos em defesa por parte dos estados membros.

Ele também disse que países que ainda não alcançaram a meta de investimento anual, como Espanha, Itália e Canadá, “precisam alcançar os 2% nos próximos meses.”

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