Secretário de Estado americano Rex Tillerson durante reunião em Bonn, na Alemanha em 17/02/2017 (Brendan Smialowski/Pool/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de março de 2017 às 16h23.
Última atualização em 30 de março de 2017 às 10h48.
Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, viajará à Turquia na próxima semana e, em seguida, visitará a sede da Otan em Bruxelas, em uma aparente tentativa de superar a polêmica gerada pelo anúncio de que não compareceria a uma reunião de ministros da aliança em abril.
"O secretário de Estado visitará a Otan em Bruxelas na sexta-feira, dia 31 de março. A visita vai acontecer após sua viagem a Ancara, na Turquia", disse à Agência Efe uma porta-voz do Departamento de Estado.
A fonte não quis detalhar se isso significa que os EUA decidiram com a Otan realizar a reunião de ministros das Relações Exteriores da aliança no dia 31 de março, em vez de no início de abril, como estava previsto, para se ajustar à disponibilidade de Tillerson.
"Em breve, daremos detalhes sobre sua agenda", se limitou a declarar a porta-voz.
Na terça-feira passada, o Departamento de Estado americano anunciou que Tillerson não compareceria à reunião ministerial da Otan, algo muito pouco habitual para um titular das Relações Exteriores dos EUA e que não acontecia desde 2003.
Segundo vários veículos de imprensa, essa decisão se devia à possível coincidência da reunião da Otan com a próxima visita aos Estados Unidos do presidente da China, Xi Jinping, para a qual os dias 6 e 7 de abril são ventilados como possíveis datas.
O porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, se limitou a indicar que a data prevista da reunião não se encaixava bem na agenda de Tillerson e afirmou que a agência entrou em contato com a Secretaria-Geral da Otan para saber se era possível trocar o dia do encontro.
Algumas vozes na Europa consideraram a prevista ausência de Tillerson um sinal negativo sobre o compromisso do governo de Donald Trump com a Aliança Atlântica, que o atual presidente americano classificou como "obsoleta" durante a campanha eleitoral do ano passado.
Desde que chegou ao poder, em janeiro, Trump suavizou o discurso em relação à Otan, mas insistiu em todas as conversas com outros líderes europeus na necessidade de aumentarem as contribuições à Aliança Atlântica em até 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Sobre a visita à Turquia, que já havia sido noticiada por veículos de imprensa turcos, o Departamento de Estado não deu detalhes. A expectativa é que as conversa tenham foco na luta contra o Estado Islâmico (EI) e no conflito na Síria, entre outros temas.
As relações entre os governos de Barack Obama e de Recep Tayyip Erdogan pioraram notavelmente no final do mandato do antecessor de Trump, mas ainda não parece haver grandes tensões entre o novo Executivo americano e o turco.
Trump e Erdogan conversaram por telefone durante 45 minutos no dia 8 de fevereiro sobre a cooperação na Otan e na luta contra o EI.